Últimas indefectivações

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Mais ou menos (II)

"Hoje continuo a escrever um pontapé-de-saída «mais ou menos». Mas agora a propósito do desporto.
No futebol joga-se para o «mais ou menos», leia-se o empate. Já nos basquetebol não há esse resultado «mais ou menos», mas há o «mais ou menos» dos três segundos no garrafão (sem outras conotações). No ciclismo há quem passe a vida toda no «mais ou menos» do pelotão. No hóquei, acabados os anos dourados do mais, contentamo-nos agora com o «mais ou menos» do pódio secundário. Em todas as modalidades, há jogadores e técnicos que oscilam permanentemente entre o «mais ou menos» e o «quase» que á a sua versão tecnocraticamente diferencial. Só nas arbitragens não há lugar ao «mais ou menos». Para uns é sempre de mais, para outros é invariavelmente de menos. Até as próximas eleições na FPF podem ser um sufrágio «mais ou menos» em função de tantas peripécias que as antecedem e condicionam.
Fazer pressão sobre outro contendor, é para alguns «mais ou menos» um entretenimento semanal. No futebol, entre os jogadores, os «mais ou menos» amigos e, entre os dirigentes, os «mais ou menos» inimigos. A relva está quase sempre «mais ou menos». A bola na mão ou a mão na bola permitem sempre um penalty «mais ou menos». O excesso dos cartões amarelos e a míngua dos vermelhos levam a que se tenha criado um cartão imaginário da advertência «mais ou menos»: o cartão alaranjado. A Taça da Liga é a competição do «mais ou menos». Até um minuto de silêncio nos estádios é sempre «mais ou menos» ruído. Só não somos «mais ou menos» na paixão clubista. Por mim, falo. O meu Benfica não é «mais ou menos». Em tudo, é mais. No afecto, na crença e no sonho. Na vitória e na cor. Até na dor."
Bagão Félix, in A Bola

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