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sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

Abuso de poder

"Joaquim Oliveira não precisa de dar a cara. Gera uma receita anual de cerca de 200 milhões de euros com os assinantes da Sport TV, cujo negócio lhe permitiu estender o seu poder na área da comunicação social, como proprietário dos títulos JN, DN, “O Jogo”, da rádio TSF e do canal de desporto/futebol Sport TV, que não abdicou de transmitir, por exemplo, o último Sporting-Benfica, porque ou as outras estações lhe dão o preço que querem ou as grandes transmissões ficam por sua conta e risco. Uma temática em discussão nas instâncias europeias. É muito poder concentrado. E o poder excessivo gera múltiplos abusos. Com uma enorme “complacência democrática”.
O Grupo Controlinveste marca terreno em todas as áreas. Na política, na economia, no desporto, com profundíssima incidência no futebol. Nos jornais, na rádio e na televisão, com os efeitos que essa “mancha de poder” produz, direta ou indiretamente, noutros órgãos de comunicação social.
A contaminação é evidente. E nessa contaminação são arrastados os prisioneiros voluntários de uma lógica obsessiva de poder e aqueles que, num clima de emprego precário, não têm outra alternativa. Estão dependentes do salário – e os que não estão diretamente nessa dependência estão dependentes de outros mecanismos, que têm a ver, quase todos, com o monopólio dos direitos televisivos.
Joaquim Oliveira faz de conta que não tem poder nenhum e ainda é capaz de se fazer de vítima da exposição que lhe é – quando é – conferida. Quem tem o poder que tem, não precisa de facto de publicidade. E muito menos daquela que pode considerar negativa, decorrente do estatuto que só o Benfica, em primeira análise, ousou contestar, por se sentir vítima desta forma de indiscutível “cleptocracia”. Um estatuto de abuso de posição dominante, que os reguladores continuam a ignorar e, assim, a alimentar, num ambiente que não estimula a concorrência.
Há cerca de um ano, Joaquim Oliveira recusou-se a ir à Comissão Parlamentar de Ética prestar esclarecimentos sobre questões suscitados a propósito do “caso BPN”. Estava no seu direito. Mas este é o comportamento típico de quem construiu o seu império sem ruído ou explicações. Ou de quem se habituou a ter quem faça ruído em seu nome. São estas as perversidades da concentração de poderes. E são essas perversidades que o “patrão dos clubes” não se disponibiliza a debater, preferindo marcar presença nas tribunas dos Estádios (os principais) e a glosar a miséria de mão estendida de quem não pode dispensar a “generosidade” de uma “receita antecipada” para fazer face à “pressão da tesouraria”. Por isso não acredito que, independentemente da natureza dos financiamentos, e porque está em causa a manutenção de um raro poder, não pague ao Benfica aquilo que Luís Filipe Vieira quer.
Em circuito fechado, alega não possuir qualquer influência em matérias editoriais no Grupo que controla. É por isso mera coincidência dispor de publicidade positiva e notícias “a seu favor” nos títulos do qual é proprietário e sempre que se sente acossado. Nos destaques e nas omissões. Mera coincidência, de facto. Também temos o nosso Berluscónio e o povo ainda não desceu a Avenida da Liberdade."


Rui Santos, in Record




Fonte: Fórum Benfica



PS: 2013 aproxima-se, o fim da escravidão que o Benfica está sujeito está mais próximo, por isso o tema: Direitos Televisivos. Vai ser cada vez mais discutido, aconselho alguns post's no Blog Fórum Benfica, e no Blog do Manuel.

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