Últimas indefectivações

terça-feira, 26 de julho de 2011

Missão impossível

"Os italianos são masoquistas, gostam de se autoflagelar. Pergunto-me é se essa expiação lhes serve de arrependimento e emenda, o que duvido. O escândalo Calcioscommesse (um esquema de combinação de resultados para vencer fortunas nas apostas on-line) tem preenchido a agenda mediática desde o dia em que eclodiu, há pouco mais de um mês. Não digo que se exagere, mas preferia menos conversa e mais acção. Se é que, aqui chegados, ainda se vai a tempo de salvar alguma coisa deste futebol de nababos, a nadar em milhões. Quando o desvario começa na própria cúpula da FIFA e na corrupção que por lá reina, tenho sérias dúvidas de que alguma vez essa missão seja possível. Os negócios que giram à volta do futebol pervertem-no.

A Itália, embora seja reincidente neste tipo de batotas, tem esse mérito de as denunciar, de as condenar e de pedir penas severas para os prevaricadores. A Turquia está a ser varrida por um vendaval de detenções que atinge dezenas de dirigentes de clubes como o Besiktas, Fenerbahçe, Trabzonspor (que amanhã joga na Luz)... todos envolvidos em subornos e manipulação de resultados; na Bulgária as equipas, incluindo o Levski e o CSKA de Sofia, estão nas mãos da máfia russa para lavar dinheiro sujo e aqueles que tresmalharem e não respeitarem o código da omertá são raptados e/ou mortos (os três últimos presidentes do Lokomotiv Plovid foram assassinados!); na Grécia, Alemanha, Inglaterra e Espanha Não faltam casos de corrupção e viciação de resultados mas aqui, ao contrário de Itália, preferem escondê-los para não estragar a imagem.

O estádio Dr. Magalhães Pessoa, propriedade da Câmara de Leiria, está à venda e o UD Leiria vai jogar na Marinha Grande. Desacertos nas contrapartidas a pagar conduziram a este triste e estranho divórcio. Já agora, gostaria de saber quanto pagam, se é que pagam, a Académica, o Beira-Mar e o Braga aos respectivos municípios."


Manuel Martins de Sá, in A Bola

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