Últimas indefectivações

quinta-feira, 14 de junho de 2012

O polvo Paulo para o tacho, já!

"POZNAN - Confesso que, até há dois anos, não era muito de acreditar nas capacidades divinatórias dos animais. No entanto, durante o Mundial de 2010, o polvo Paul, alemão, fez-me ver a vida de outra forma. Fiquei, pois, naturalmente apreensivo quando um polvo, de nome Paulo - dizem que é primo do infalível Paul - residente num aquário do Porto, vaticinou a vitória da Alemanha sobre Portugal no Euro-2012. Passei da apreensão à resignação - «lá tenho de ouvir mais um polvo» - quando o oito pernas acertou no triunfo germânico. E foi com natural pânico que li que o Paulo tinha apostado as fichas todas no sucesso da Dinamarca, ontem, frente a Portugal. Começou o jogo, Pepe, 1-0, Postiga, 2-0, e dei comigo a rogar pragas ao polvo pelo susto que me tinha pregado. Reduziram os vikings, começaram a ameaçar o empate, o Cristiano falhou o 3-1 e a seguir sofremos o 2-2. «Ora queres ver que o polvo Paulo tinha razão?», cogitei com os meus botões, porque para Portugal empatar ou perder ia dar ao mesmo...
Surgiu então em cena Silvestre Varela, que agitou mais as águas que já estavam mexidas depois da entrada de Nélson Oliveira. E chegou o golo da vitória, um triunfo imprescindível, crucial, justo e, acima de tudo, desnecessariamente sofrido.
Numa esplanada de Poznan, apoiado apenas pelo Paulo Esteves, repórter fotográfico que me acompanha, e pela Joana Guimarães e a Mara Nunes, da BOLA TV (todos os outros, croatas, polacos, italianos e irlandeses estavam pela Dinamarca...), festejei. Durou pouco, porém, a celebração. Porque senti que o polvo tinha de pagar pela angústia que me tinha provocado. Fui à net e num ápice encontrei uma série de maneiras de fazer justiça:
»Polvo cozido com cebola»; «Polvo à lagareiro com batatas a murro»; «Filetes de Polvo»; «Arroz de Polvo malandrinho»; «Salada de Polvo»; Polvo à galega». Opções não faltam para dar ao Paulo aquilo que merece...

PS - Contra a Holanda, 90 minutos que valem a passagem aos quartos de final, não podemos dar as largas que demos aos dinamarqueses. Precisamos de controlar melhor o meio-campo. E Cristiano Ronaldo deve recuperar o instinto matador..."

José Manuel Delgado, in A Bola

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