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sexta-feira, 6 de julho de 2012

O Euro limpa mais limpo

"No futebol português, um dos melhores detergentes para limpar nódoas são as competições europeias. Os nossos especialistas na matéria futebolística têm uma forma particularmente interessante de analisar o fenómeno. Se a parte visível do tapete estiver asseadita, toda a sujidade que para baixo dele se varreu passou também a fazer parte do asseio.
A Itália foi uma selecção finalista no Europeu. Terminada a competição, louvou-se o feito da “Azzurra” e continuou a decorrer o processo de moralização do futebol italiano. Ou seja, o êxito da selecção italiana não serviu para esconder o que de podre ia no “reino”. Antes pelo contrário, mais reforçou a necessidade de extirpar do seio do futebol os agentes que lhe são perniciosos e que contribuíram para manchar de vergonha o campeonato deles.
Pelo contrário, em Portugal fez-se da presença de Pedro Proença na final do Europeu um baluarte de como tudo vai bem no “reino” luso dos apitos mais ou menos dourados, mais ou menos frutados. Querem convencer-nos de que aquela face limpa do tapete não esconde uma sujidade atroz no seio da arbitragem portuguesa. Pior, querem fazer de um dos principais beneficiados de um sistema sujo o exemplo de limpeza do mesmo sistema.
É, assim, natural que o próprio Pedro Proença clame e se insurja contra a ausência de altos dignitários do Estado para o receberem no aeroporto. Certamente porque já se habituou a ver outros agentes do futebol bem mais perniciosos a serem recebidos por esses mesmos dignitários em cerimónia de beija-mão. E, deste modo, enquanto uns aproveitam o êxito para perseguir o que de errado há no seu futebol, nós aproveitamos esse mesmo êxito para promover e tentar esconder as nódoas do nosso futebol."

Pedro F. Ferreira, in O Benfica

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