Últimas indefectivações

sexta-feira, 22 de fevereiro de 2013

São danos colaterais, inevitáveis

"Quando ao 'penalty', foi 'penalty'. A única coisa que teve se especial foi ter sido assinalado. Também não é caso para temer que venha aí uma revolução...

O jogo com a Académica terminou em legítimo delírio para os benfiquistas porque ganharam à beirinha do fim os 3 pontos em causa.
Terminou em frustração para os da Briosa porque, muito legitimamente, tudo fizeram para nãoperder o jogo e a proeza esteve ali mesmo ao alcance da mão.
Para os rivais históricos do Benfica, o já citado jogo terminou em não menos legítima fúria, breca, raiva, agonia, sanha, arrenego e até uma pontinha de inveja porque o Benfica foi feliz quando já desesperava e, tratando-se de futebol, a sorte é um bem precioso, invejável.
Enfim, todas as reacções se aceitam. Quer as dos participantes no evento quer as dos observadores externos, interessados no resultado do jogo porque das duas, uma:
a) ou lutam directamente com o Benfica pelo título e veriam com bons olhos um empate caseiro do rival.
b) ou, arredados da dita discussão, lutam com fantasmas que não lhes dão tréguas.
Daí também o agonia que lhes causou aquele momento em que o grande Lima caminhou para a marca de 11 metros. Começou lentamente, em passo normal, depois deu uns passos curtinhos, acelerou e ainda voltou a mais uns passos curtinhos antes de correr para a bola e, certeiro no remate, fazer o golo da vitória do Benfica. Uma coisa destas provoca uma grande alegria nuns e uma grande sanha noutro, convenhamos.
São os  danos colaterais, inevitáveis.
Longe, muito longe de ter feito um jogo perfeito, o Benfica acabou por conseguir o resultado perfeito consumado no momento perfeito, isto se a ideia é dar cabo dos nervos à concorrência histórica, directa e indirecta.
Quanto ao penalty, foi penalty, a única coisa que teve de especial foi ter sido assinalado. Também não é caso para temer que venha aí uma revolução. O poder ainda não caiu na rua. Mas lá virá o dia...

VALDO, o grande Valdo Cândido Filho, disse algures numa entrevista que Lima dava muito jeito à Selecção e logo se instalou a discussão sobre a hipótese de Lima, cidadão brasileiro, vir um dia a ser naturalizado português para poder representar a nossa equipa nacional.
Parece que desta vez não pode ser por motivos patrióticos. Nos últimos anos houve dois jogadores do FC Porto naturalizados, Deco e Pepe, houve um jogador do SPorting naturalizado, Liedson, mas agora que chegaria a vez do jogador do Benfica naturalizado está toda gente contra, incluindo o seleccionador.
Acrescente-se que também estou contra. Porque sempre estive, independentemente da valia das contribuições de Deco, Pepe e Liedson, e porque não era agora que ia deixar de estar.
E, francamente, ter de ver o nosso Lima sentado no banco a suplente de Postiga é coisa que não cabe na cabeça de ninguém.

NO sentir do director de comunicação do FC Porto, o destino do Vitória de Setúbal é seguir direitinho para a segunda divisão. Assim terá expressado, esse seu particular sentir, através da sua página do Facebook. Tal como o Youtube, o Facebook é, não restem dúvidas, uma grande invenção do século XXI.
Como é do conhecimento geral, o Vitória de Setúbal atreveu-se a reagir e a contestar formalmente a decisão do Conselho de Disciplina da FPF que mantém o FC Porto na Taça da Liga declarando inválida a tal questão das 72 horas que poderia, se a apreciação fosse outra, beneficiar os sadinos com uma repescagem que muito lhes viria a calhar porque a Taça da Liga dá bom dinheiro aos clubes participantes. E o Vitória de Setúbal vive com dificuldades na tesouraria, o que o torna igual à quase totalidade dos clubes portugueses e à quase totalidade dos cidadãos igualmente portugueses.
José Mota, o treinador do Bonfim, não gostou da decisão dos conselheiros da disciplina da FPF e desabafou: «O nosso mundo é feito de injustiças». O desabafo do professor Mota foi à TSF e, em resposta sentida, o director de comunicação do FC Porto desabafou no Facebook. Deste modo: «Se houver justiça vai para a SEGUNDA brevemente...».
Assim mesmo, com «a SEGUNDA» em letras maiúsculas, capitulares, o que deixa entender a dimensão a ameaça e a alta probabilidade de vir a acontecer a relegação do histórico clube de Setúbal para a segunda divisão do nosso futebol.
Teria sido, provavelmente, mais apropriado meter as letras maiúsculas noutro lugar da frase dando-lhe um ênfase diferente. Imagine-se que era assim: «Se houver JUSTIÇA vai para segunda brevemente...».
Com a JUSTIÇA em maiúsculas e com «a segunda» em minúsculas, realçava-se a questão premente da igualdade perante a Lei para todos, grandes ou pequenos, em justo detrimento da crueldade da praga lançada sobre as aspirações desportivas do Vitória de Setúbal e do seu treinador.
Não foi a primeira vez, nem será a última certamente, que desabafos provocatórios, mal medidos ou meramente irresponsáveis despejados nas redes sociais vêm dar um colorido suplementar às discussões das coisas do futebol.
A única novidade desse último quiproquó institucional via Facebook é o facto, aliás incrível, de o Vitória de Setúbal ter ganho com muito valor e mérito os dois últimos jogos que disputou para o campeonato e com esses 6 pontos somados ter conseguido dar um valente salto na classificação afastando-se dos lugares perigosos onde se encontrava.
É verdade que ainda falta muito campeonato e que nada está decidido nem no topo nem no fundo da tabela. Fica por isso mesmo a curiosidade instalada sobre o destino do Vitória de Setúbal no fim da corrente prova. Desce? Ou não desce?
Quem é que manda aqui?

LUÍS FIGO deixou-se namorar mas depois disse que não ao Sporting. Disse-o em comunicado que é como quem diz que não quer mais conversas sobre o assunto. Ponto final. Está no seu direito.
Cauteloso e ciente do valor da sua imagem, o antigo capitão da Selecção Nacional comunicou ainda que não está disponível para «apoiar qualquer candidato» nas próximas eleições do Sporting. Fez bem se essa é a sua convicção. Nada a obstar.
A missiva de Luís Figo termina, no entanto, de forma abrupta e surpreendentemente ameaçadora. «Qualquer notícia que se afaste desta realidade», comunicou Figo, «é puramente difamatória». Quis ele dizer, sem rodeios, que processará por difamação quem ligar o seu nome a «qualquer» movimento eleitoralista no Sporting.
Em bom português, deixou claro que se considerará difamado pela simples junção do seu nome a qualquer alternativa em curso ou em gestação. É esta a a opinião de Luís Figo sobre o momento do Sporting e sobre os variadíssimos protagonistas desse mesmo momento. Nesse ponto, com o devido respeito pela figura de um dos melhores jogadores de futebol de todos os tempos, Figo esticou-se um bocadinho. Mas ele lá sabe.

HOJE à noite o Benfica recebe o Bayer Leverkusen. Na semana passada, o Benfica jogou muito bem na Alemanha e até ganhou o jogo por 1-0. Ontem, Jorge Jesus disse que terá mais hipóteses de ser campeão em Portugal o clube que mais depressa seja eliminado das competições na Europa. O mister sabe muito.

O ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares garante que «há segurança no desporto em Portugal» e que não há necessidade de rever a lei que não prevê policiamento nos recintos desportivos. A cada semana, a realidade tem vindo a desmentir o ministro-adjunto e dos Assuntos Parlamentares. Um dia destes ainda lhe chamaremos ministro dos assuntos para lamentares."

Leonor Pinhão, in A Bola

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