Últimas indefectivações

quinta-feira, 27 de junho de 2013

162 lamentos

 " “Golo do Benfica! Marcou, com o número sete, Óscar….,Óscar…”
Este é o som que nos habituámos a ouvir, com frequência, na instalação sonora do Estádio da Luz. Este é o som que tem acompanhado os nossos principais momentos de euforia. Segundo a imprensa, é possível que não o voltemos a ouvir. Se muitos benfiquistas há que, com inteira justiça, lamentam a despedida de Aimar, permitir-me-ão que – caso venha a confirmar-se - lamente também eu a perda daquele que é, de longe, o maior goleador encarnado do Século XXI, e, seguramente, o jogador que mais vezes me fez levantar da cadeira ao longo dos últimos seis anos.
Cardozo marcou 162 golos vestindo o Manto Sagrado (quase 200, se contarmos jogos particulares). É, na minha modesta opinião, o melhor ponta-de-lança do Benfica desde os tempos de Magnusson. Aos 30 anos, será doloroso vê-lo partir por uma simples e fria cotação de mercado – valor substancialmente abaixo daquilo que já representa na história desportiva do nosso Clube, e da importância que ainda tem para a equipa.
Dir-me-ão que foi ele próprio a abrir a porta da saída. É verdade. Não é aceitável que um profissional desrespeite a figura do seu líder. Mas devo também dizer que, enquanto adepto sofredor, engulo com maior dificuldade imagens de atletas sorridentes e passivos na hora da derrota, do que reacções a quente de quem não gosta de perder – afinal de contas semelhantes às de muitos benfiquistas que, naquela tarde, se deslocaram ao Jamor.
Nunca tive contacto directo com um balneário de uma equipa profissional de futebol. Não sei até que ponto tal tipo de atitude é tolerada na escuridão dos bastidores. Ainda menos se ela foi meramente extemporânea, ou antes corolário de algo já latente. Em suma, não consigo avaliar, com rigor, a gravidade do caso.
Mesmo sabendo que nem Eusébio foi insubstituível, espero e desejo, porém, que sejam esgotadas todas as hipóteses de manter um jogador que, juntamente com Luisão e Maxi, é uma das grandes referências do Benfica dos novos tempos."

Luís Fialho, in O Benfica

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