Últimas indefectivações

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014

Eterno

"No passado domingo acordei satisfeito. O Benfica fez (finalmente!) uma exibição agradável e conseguiu um resultado robusto frente ao Gil Vicente para a Taça de Portugal. Mas, pouco depois, sofri (sofremos todos) um grande choque. Faleceu o Eusébio! A sua saúde era débil, sabia-se. Já o víamos muitas vezes em cadeira de rodas - mas isso era devido à debilidade dos seus joelhos, tão massacrados ao longo das épocas em que nos maravilhou nos relvados. Mas não nos imaginávamos sem ele. Ainda na sexta-feira passada estivera com 'ele' no nosso Museu Cosme Damião - naquele maravilhoso espaço em que ele nos aparece como se estivesse ali a falar connosco.
Tive a sorte (e o enorme prazer) de ver Eusébio jogar ao longo das sua maravilhosa carreira no Benfica. Tínhamos uma grande equipa - José Águas, o grande capitão, o Mário Coluna, o José Augusto, o Simões (que linha avançada!), todos, desde o guarda-redes Costa Pereira ao infatigável Ângelo, passando por dois jogadores menos dotados mas que 'comiam a relva' (Mário João e Neto). Mas Eusébio era o Eusébio. Fomos campeões europeus sem ele, é certo. Mas, com ele, ficámos fortíssimos e, para além do título frente ao Real Madrid só não ganhámos mais por manifesta infelicidade... e por duas das finais terem sido jogadas no campo ou no país das equipas adversárias.
Eusébio era (é) inigualável, façam-se as estatísticas que se fizeram. E ainda agora dou por mim a recordá-lo sempre que tempos um livre a 30 ou 40 metros da baliza. Estou a vê-lo tomar balanço bem cá atrás, correr para a bola, chutá-la e ela ir direitinho para as malhas adversárias. E recordo grandes 'cavalgadas' dele rumo à baliza, golos em força, golos em habilidade, golos de toda a maneira.
Mas também o recordo, já retirado do futebol jogado, a representar o nosso Benfica um pouco por todo o Mundo, sempre respeitado, sempre admirado. Um grande embaixador.
Um grande embaixador que nem sempre foi bem tratado no Benfica. E não foi por acaso que, apesar de funcionário do Clube, surgiu a poucas horas da história votação que derrubou Vale e Azevedo a dar a cara pela candidatura de Manuel Vilarinho, no último jantar da campanha eleitoral. Até aí ele prestou um grande serviço ao Benfica.
Foi um domingo bem triste este. Que, no próximo, a nossa equipa possa homenagear Eusébio ganhando ao FC Porto. Como ele gostaria!..."

Arons de Carvalho, in O Benfica

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