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quinta-feira, 1 de maio de 2014

Vieira e Jesus já ganharam

"Altíssimo risco correu Vieira (sozinho...) ao renovar com Jesus. Este aceitou repto de se desafiar e impôs a sua marca... decisiva.

INDEPENDENTEMENTE do que acontecer hoje no decisivo confronto em Turim, o Benfica liderado por Luís Filipe Vieira e Jorge Jesus é o indiscutível grande vencedor da temporada futebolística nacional.
Campeão com substancial avanço, finalista das duas Taças nacionais (com o superior mérito de, em ambas, directamente se ter imposto ao grande rival FC Porto quando circunstâncias dos jogos se tornaram muitíssimo favoráveis aos portistas) e, pela 3.ª vez em 4 anos, semifinalista na Liga Europa, hoje se decidindo se irá disputar segunda final consecutiva.
Que falhou neste Benfica? Passar a fase de grupos na Champions. Mas até aí foi muito melhor que o FC Porto, ficando a dois fiozinhos do objectivo: excelente exibição de ataque em casa do Olympiakos merecia triunfo, até por goleada (a jogatana da vida do guarda-redes Roberto); e os 10 pontos que o Benfica totalizou costumavam chegar para entrada nos oitavos de final.
Sim, ao Benfica ainda falta vencer duas finais perante Rio Ave tão bem comandado pelo jovem Nuno Espírito Santo que quase fez esquecer serem bem escassos os seus recursos...
O que já não falta ao Benfica é demonstração de alta qualidade táctica e técnica, a par de forte mentalidade competitiva, no futebol que exibe há largos meses. Com máxima tónica na versatilidade táctica; ora impetuoso (amiúde brilhante) nas cavalgadas de ataque, ora pragmático e seguríssimo na capacidade para muito bem defender. Muito difícil conseguir alta eficácia em tão diferentes versões de como atingir o triunfo (frequentemente até o fazendo no mesmo jogo). Significa treino intenso e... muitíssimo bem feito. Se isto não obriga a ter por base a excelência do treinador nadinha percebo de futebol.

VIEIRA é o n.º1 dos vencedores neste Benfica. Primeiro, aprendendo com os seus erros, estendidos à estrutura do futebol ao longo de anos (um dos erros, e grave! - como várias vezes já reconheceu publicamente - foi ter despedido o treinador Fernando Santos logo à 1.ª jornada!, por empate fora de casa, após campeonato em que discutir o título quase até ao fim, tendo fraquinho plantel).
N.ª 1 dos vencedores porque, no final da época passada, em tempos de terrível desalento, e revolta!, nas hostes benfiquistas, tomou decisão muitíssimo impopular. Sozinho contra o mundo (adeptos e dirigentes do clube e da SAD), renovou contrato com Jorge Jesus. Altíssimo risco! Mas não menor - como então frisei - seria o de mudar o treinador que já fora campeão na Luz e acabara de reerguer o Benfica a temporada, quase de ouro.
Não sei como Luís Filipe Vieira analisou motivos do fiasco nas duas últimas semanas. Para mim, Jesus foi muito mais vítima do que réu. Vitima da fífia de Artur e do descontrolo de Carlos Martins (2 amarelos em 7 minutos...), frente ao Estoril. Vitima da sorte do FC Porto naquele inesperadíssimo e inspiradíssimo pontapé do miúdo Kelvin, a 1 minuto de o campeão de chamar... Benfica. De seguida, gala de futebol atacante na final com o Chelsea. E o descalabro, aí sim, na final do Jamor, perante o V. Guimarães (incapacidade para espivitar equipa acabrunhada, desolada, já nem ali querendo estar...).

JESUS aceitou o repto de se desafiar a si próprio quando subitamente passara a mal-amado. Recriou Benfica com qualidade táctica ainda superior à que já mostrara. Vieira deu-lhe plantel também melhor. Quantos reforços se tornaram firmes titulares? Dois: Siqueira (enfim, um bom defesa esquerdo!) e Markovic (porque Salvio esteve 6 meses lesionado). Nos últimos meses, também Fejsa (porque Matic saiu em Janeiro) e Oblak. Ainda importantes, permitindo períodos com boas alternativas: regresso de Rúben Amorim e entrada de Sílvio (ambos infelizes na série de lesões). Sulejmani tem vontade e dura pouco...; Djuricic, ao que tudo indica, nem vontade...
Decisiva nesta equipa tem sido a marca do seu treinador. Tal como a Jardim no Sporting. Pela negativa, o mesmo se diga no FC Porto.

MOURINHO e Guardiola não podem rir-se um do outro...; fora da final da Champions e sendo triturados em suas casas! Madrid açambarcará a Luz. Logo após entre si discutir o título de campeão espanhol."

Santos Neves, in A Bola

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