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quarta-feira, 4 de junho de 2014

Uma fantasia

"Detesto o culto da personalidade e incomoda-me o endeusamento de Cristiano Ronaldo. Até porque isso diminui a responsabilidade dos outros 22 jogadores. Se Ronaldo é a estrela, é o menino-bonito, é o centro de todas as atenções, então ele que resolva... Por outro lado, a memória é curta - e muitos já esqueceram algumas decepcionantes exibições de Ronaldo ao serviço da Selecção. Até se dizia que havia um 'Ronaldo do clube' (fosse o Manchester United ou o Real Madrid) e um outro 'Ronaldo da Selecção'. Só que as últimas imagens é que ficam - e aí impõe-se a soberba exibição e os três fantásticos golos do jogo da Suécia.
Passando à actualidade, o último desafio disputado em território português antes do Mundial do Brasil foi uma monumental sensaboria. Um daqueles jogos que dão para começar a dormir no princípio e acordar no fim, sem se ter perdido nada.
Com franqueza, não percebo as opções de Paulo Bento ao experimentar um sistema novo (4x4x2 em vez do tradicional 4x3x3) e ao pôr em campo muitos jogadores que não serão titulares.
Estamos a menos de 15 dias do primeiro jogo, houve pouco tempo para ensaiar tácticas e criar rotinas, pelo que todas as oportunidades deveriam ser aproveitadas para olear a equipa que vai actuar. Podiam poupar-se alguns jogadores mais sobrecarregados, como Ronaldo ou Pepe, mas a base seria o onze que alinhará no jogo com a Alemanha e a táctica seria a que vamos usar nesse encontro.
De que adianta rodar jogadores que possivelmente nunca irão jogar no Brasil? De que adianta rotinar uma equipa que nunca entrará em campo?
Percebo que todos devam treinar-se com intensidade, para todos estarem preparados para entrar, caso seja preciso. Mas os jogos de preparação deveriam servir para aperfeiçoar  conjunto que nos vai representar.
A intenção de Paulo Bento terá sido boa. E generosa. Mas com tão pouco tempo para trabalhar, o seleccionador não pode dedicar-se a devaneios. Tem de ser directo e pragmático. Ora aquele insólito grupo de futebolistas que jogou contra a Grécia no Jamor, ao nível das individualidades e da táctica, foi uma verdadeira fantasia."

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