Últimas indefectivações

terça-feira, 30 de junho de 2015

Não se pode confiar no coração

"É antigo o fascínio dos adversários do Benfica pelos treinadores que passaram pela Luz. Fernando Riera foi um deles. Feliz no Belenenses, foi por duas vezes técnico dos 'encarnados' com sucesso. O sucesso que não teve depois nas Antas e em Alvalade.

Não há quem o negue: Fernando Riera era um «gentleman». Homem educadíssimo e de fino trato.
Fernando Riera Bauzá: nascido em Santiago do Chile no dia 27 de Junho de 1920. Estaria agora à beira de cumprir 95 anos. A morte levou-o pelo caminho em Setembro de 2010.
Filho de espanhóis, de Maiorca, avançado nos seus tempos de jogador, no Unión Española e no Universidad Católica, tornou-se no primeiro chileno a assinar por uma equipa europeia, o grande Stade de Reims dos anos 50, onde actuou duas épocas antes de se transferir para o FC Rouen. Jogava na esquerda, mas não era canhoto. Como Chalana, por exemplo.
«Usava o 11  nas costas», contou numa entrevista, «mas fui sempre dentro. Alguns supunham-se esquerdino, mas o meu movimento preferido era puxar a bola para dentro e rematar com o pé direito. Fiz muitos golos assim!».

Fernando Riera jogou pelo Chile no Campeonato do Mundo de 1950, no Brasil, mas seria o Mundial de 1962 a marcá-lo para a vida. Aí já era treinador. E dos bons!
Ao pôr um ponto final na carreira de jogador, em 1954, no FC Rouen, dedicou-se à tarefa de treinar os Juniores do clube francês. Por pouco tempo. Portugal e Lisboa chamaram-no. Torna as rédeas do Belenenses e distingue-se. Perde o campeonato para o Benfica a três minutos do fim da última jornada, no célebre empate com o Sporting (2-2) dos golos de Martins. É com ele que os 'azuis' do Restelo disputam a Taça Latina, no Parque dos Príncipes, frente ao Real Madrid, AC Mlan e Stade de Reims - o campeão Benfica abdicara de participar, atraído por uma extraordinária digressão ao Brasil.

Regressa a casa, a Santiago do Chile, para se tornar «o homem que revolucionou o futebol chileno». Como seleccionador levou o Chile ao terceiro lugar do Campeonato do Mundo de 1962 graças a um Futebol vistoso e ofensivo, baseado numa defesa de quatro em linha e com dois avançados fixos. O Benfica estava atento...
Substituindo Guttmann / substituído por Guttmann
Cabia-lhe agora o árduo compromisso de substituir Béla Guttmann. Tarefa impossível!
O Benfica domina o campeonato nacional a seu bel-prazer e continua enorme na Europa. Mas Riera fica marcado por duas derrotas fundamentais.
A primeira no Estádio da Luz, frente ao Santos, para a Taça Intercontinental, quando resolve deixar Pelé à solta sem marcação específica. Espalhou-se a lenda de que Fernando Riera considerava um crime lesa-Futebol marcar Pelé. Já no Chile, o seu estilo «limpo», de jogo sem faltas, se tornara inacreditável para um público habituado à raça sul-americana.
Depois, apesar de amplamente favorito, o Benfica perde a final da Taça dos Campeões Europeus contra o AC Milan, em Wembley. Golpe duro. Duríssimo! Por pouco, por muito pouco, não é tri-campeão da Europa.
Nesse tempo, a Taça dos Campeões era um ponto de ordem para os dirigentes do Benfica. Fernando Riera está condenado à saída. Vai para o Universidad Católica e, em seguida para o Nacional de Montevidéu.
Em 1966 está de regresso ao Benfica e de novo para substituir Béla Guttmann. A história pode repetir-se, mas a nossa vida não.
Volta a ganhar o campeonato mas, na época seguinte, vê-se sujeito a um processo disciplinar e no despedimento. Declara publicamente que há pagamentos de prémios em atraso no Benfica. A Direcção do Clube, presidida por Adolfo Vieira de Brito não lhe perdoa. Solidários, Eusébio, Torres, Simões, Cavém, Costa Pereira e mais alguns jogadores vão despedir-se dele ao aeroporto.
Não esquecem a sua personalidade gentil e afável.
Em 1972, vindo do Boca Juniors, aterra no Porto.
Não é de hoje essa atracção irresistível dos adversários do Benfica pelos treinadores 'encarnados'. Mas falamos de homens e não de mágicos ou de seres divinos.
O afastamento do Barcelona na 1.ª eliminatória da Taça UEFA (3-1 e 1-0) foi o ponto brilhante da época portista. E único. Eliminado pelo Sp. Farense da Taça de Portugal e pelo Dínamo de Dresden da prova europeia, o FC Porto não vai além do quarto lugar no campeonato, atrás de Benfica, Belenenses e Vitória de Setúbal.
Riera sai. Entre Béla Guttmann para o seu lugar.
Irónico destino! Não fará melhor. Novamente um quarto lugar na época seguinte.
Depois de ter sido feliz no Belenenses e no Benfica, o cavalheiro Riera volta a Lisboa em 1974, ano da Revolução. O Sporting acabara de se sagrar campeão nacional com Mário Lino e substituira-o por Di Stéfano que não chegou a começar o campeonato. Osvaldo Silva orienta a equipa até à 13.ª jornada e Riera entra mesmo a tempo de se sentar no banco no Estádio da Luz. Empata 1-1 (golos de Móia e Yazalde) e volta a empatar em Alvalade, na segunda volta, pelo mesmo resultado (golos de Fraguito e Diamantino). De pouco serve. O Benfica é campeão, com cinco pontos de avanço sobre o FC Porto e seis sobre o Sporting. Nem a Taça de Portugal se salva (0-1 na meia-final frente ao Boavista).
Fernando Riera não voltará a Portugal nem à Europa. A sua carreira continuará no Monterrey, no Palestino, no Universidad do Chile.
Fica a imagem de um senhor tranquilo, incapaz de um gesto pouco digno.
O coração traiu-o em Anunciación, não longe do local onde nasceu.
Não se pode confiar no coração."

Afonso de Melo, in O Benfica

O Santo António, o São João e o São Pedro em Benfica

"Há pouco tempo inaugurada, a nova sede do Benfica foi também palco de animadas festas dos Santos Populares.

Estávamos em Junho de 1917, mês dos Santos Populares e, apesar das dificuldades provocadas pela I Guerra Mundial, organizavam-se um pouco por toda a Lisboa várias festas e arraiais. Em Benfica não foi excepção. Uma comissão de Sócios do Benfica decidiu organizar um programa de festas dos Santos Populares que incluía várias iniciativas desportivas e recreativas. Iniciou-se, desta forma, um período de grande animação que levou muitas pessoas aos terrenos da nova sede na Avenida Gomes Pereira,, inaugurada há poucos meses, que oferecia excelentes condições para um mês em grande festa.
Houve animação em todos os fins de semanas de Junho e foram muitas as pessoas que se deslocaram nestes dias para passar uma belas horas de agradáveis divertimentos. Foi no recinto de patinagem, à época o maior do País, que decorreram os tradicionais arraiais dos Santos Populares, sempre abrilhantados por uma banda de música. A ladear todo o rinque foram colocadas barracas de quermesse e venda, onde gentis senhoras e meninas vendiam rifas, manjericos, cravos, doces e os tradicionais amendoins e pevides.
Sendo um clube que já mostrava grande ecletismo, não poderiam faltar as iniciativas desportivas. Organizaram-se desafios de Futebol e de Hóquei em Patins, uma modalidade que estava a dar os seus primeiros passos, conquistando cada vez mais adeptos. Realizaram-se, também, sessões de patinagem e de tiro à bala e um torneio de ténis.
Na véspera de S. João organizou-se uma animado baile de gala no magnífico salão de festas, que se prolongou até manhã, tal foi o entusiasmo.
Coroadas de êxito e bastante elogiadas na imprensa da época, as festas encerraram no dia de S. Pedro no mesmo ambiente de entusiasmo que começaram, com um leilão de quermesse, um concerto musical e com a representação da comédia A Voz do Sangue pelo grupo dramático do Clube no salão-teatro.
Poderá conhecer um pouco mais sobre esta sede e outros espaços do Clube na área 17. Chão Sagrado do Museu Benfica - Cosme Damião."

Ana Filipa Simões, in O Benfica

A autonomia de Vitória

"Já ficou claro que esta época marcará uma ruptura face ao Benfica dos anos anteriores. Há um par de dimensões em que os sinais de mudança são, aliás, visíveis: na forma como treinador se vai integrar na organização e no aproveitamento da formação feita no Seixal. Mas se é preciso que alguma coisa mude para que se mantenha a dinâmica vencedora, é fundamental que se preserve parte importante do legado.
Desde logo manter uma ideia de jogo assertiva. Se olharmos retrospectivamente, a marca deixada por Jesus é a nota artística, mas a diferença mais duradoura é inequivocamente uma alteração na atitude com que o Glorioso passou a enfrentar os jogos. Com consequências: hoje, quem joga com o Benfica joga para não perder. Na Luz, mas, também nos jogos fora. Para que o Benfica continue a ser uma equipa temida, é preciso preservar uma ideia de jogo ofensiva.
Tão importante como ter um modelo coerente com a natureza ganhadora do Benfica, é Rui Vitória, à imagem do que aconteceu com Jesus, preservar uma autonomia total para impor o seu sistema. A questão não é de somenos. Depois de Jesus ter concentrado muito poder e de ter tido uma margem de manobra significativa para decidir (quase) tudo (o que teve, aliás, também custos - vide o não-aproveitamento do Bernardo), é tentador para o novo treinador procurar auscultar as várias sensibilidade da estrutura antes de decidir. Seria um erro tremendo. Se, por força das circunstâncias, as decisões de Rui Vitória passarem a ser uma espécie de federação de opiniões, o Benfica está condenado a falhar.
Quando se fala da necessidade de Rui Vitória ter as mesmas condições de Jesus, é bom que se tenha presente que não basta ter jogadores com igual qualidade. Tem também de lhe dar garantida a autonomia e a capacidade de decidir a seu bel-prazer de que Jesus gozou."

Se avançar, andamos para trás

"Golpe de teatro: o FC Porto - que há 10 dias, na AG da Liga, tinha sugerido a nomeação de árbitros, embora com algumas condições - mudou de ideias e propôs ontem o sorteio puro, no momento em que a discussão entrou na especialidade. O que mereceu a aprovação da maioria dos clubes não deixa de ser surpreendente. É mais ou menos consensual que a arbitragem nacional é francamente melhor hoje do que era há 15 anos. E o que poderá vir a acontecer, se esta proposta for ratificada na AG da FPF (que irá decorrer já em Julho), será o regresso ao sistema que existiu entre 1998 e 2003. Um sistema, já agora, que não existe em nenhuma grande campeonato europeu.
O próprio Sporting, que tinha começado por propor o sorteio condicionado, acabou por ser ultrapassado pelo FC Porto, que defendeu o sorteio, sim, mas em estado puro. De qualquer forma, e no essencial, há legitimidade para se falar numa aliança entre dragões e leões - porque a vontade de ambos, percebe-se agora, era provocar a mudança. E esse cenário é que passa a estar em cima da mesa. Se avançar, andamos para trás. O mais bizarro de tudo isto é que, com sorteio puro, até pode dar-se o caso, imagine-se, de voltarmos a ser Bruno Paixão apitar o FC Porto e Manuel Mota dirigir jogos do Sporting.
O seleccionador Rui Jorge e todos os jogadores da Selecção Nacional de sub-21 vivem hoje aquele que pode ser o primeiro dia do resto das suas vidas. Vencer um Europeu marca qualquer carreira e esta noite, na Rep. Checa, é isso que está em aberto: a possibilidade de um daqueles feitos que resistem ao passar dos anos, como sucedeu em 89 e 91, com a conquista dos Mundiais de Riade e Lisboa. Que Praga também faça parte, a partir de amanhã, da história do futebol português. Boa sorte!"

Contrastes

"1. Lá por ser o país onde no séc. XVIII teve início a criminalidade organizada - primeiro na Sicília (cosa nostra), depois na Campânia (camorra) e por fim na Calábria (ndrangheta) - que em seguida floresceu por todos os recantos do Mundo, isso não significa que a Itália seja mais criminosa do que muitos outros territórios do globo. Também a Inglaterra é a pátria do futebol e não é lá que a modalidade tem mais meritória expressão. Sirvo-me destes exemplos para concluir que, apesar dos escândalos que todas as semanas abalam enxovalham o 'calcio', não creio que as Séries A e B sejam mais corruptas do que muitas outras Ligas europeias. E já nem falo nas sul-americanas. O que acontece é que no bel paese todas as tramóias são passadas a pente fino e escarrapachadas a toda a hora na comunicação social que, até por conta própria, faz a sua investigação. A última no tempo diz mais uma vez respeito a resultados combinados e comprados (mas também há casos de salários em atraso) e incrimina quase toda a Série B (filão de Catânia) e parte da Liga Pro (filão de Messina), cujos epicentros, como se vê, estão e duas cidades sicilianas.

2. As inquirições (há escutas sobre tudo ou quase) só agora começaram, mas já há clubes despromovidos e dirigentes e jogadores suspensos e presos. Até o Carpi, recém-promovido à Série A, corre o risco de ir parar à Liga Pro (mesmo assim dois escalões acima do vizinho Parma, que perdeu o título desportivo e foi arremessado para os regionais). Entretanto, com a venda no todo ou em parte de vários clubes (Roma, Inter, Milan...), as coisas estão a dar sinais de mudança para melhor. Entre nós, vive-se na santa paz do Senhor e na mais completa e irresponsável indiferença, mesmo quando o presidente do Gil Vicente denuncia urbi et orbi que há duas equipas da I Liga com dívidas de milhões à Segurança Social. E, que se saiba, nem a Federação nem a Liga se dão sequer ao trabalho de esclarecer ou desmentir tão grave acusação. São coisas que lhes passam ao lado. O poleiro é para ser usufruído e não para dar chatices."

Manuel Martins de Sá, in A Bola

Hino

Os dias do Bicampeonato

segunda-feira, 29 de junho de 2015

Todos serão postos à prova

"A proliferação de articulistas e comentadores é reflexo do nosso tempo, ruidoso e impreciso. Vem isto a propósito do muito que foi dito e escrito precisamente há um ano. Do desastre previsto e das previsões falhadas. Vem igualmente a propósito do novo exercício que os mesmos hoje fazem sobre o futuro do Benfica e do seu treinador.
Há um ano, havia quem avançasse com os graves problemas que a queda do BES iria trazer ao Benfica. Questionaram a sustentabilidade do projecto e anteciparam incumprimentos em relação a obrigações assumidas pela SAD. Depois, foi a PT e a ameaça que pairava sobre os clubes em função da retirada da marca como main sponsor. Pelo meio disto tudo, não faltaram as repetidas referências ao 'monstro' do passivo.
Curiosamente, neste tempo, o Benfica conseguiu reduzir passivo, reestruturar dívida, substituir a PT pela Emirates, consolidar a BTV como player no mercado televisivo e, ao mesmo tempo, fazer a época mais conseguida do ponto de vista desportivo da sua história. Mais, o Benfica superou os 200 milhões de facturação, uma marca nunca antes atingida em Portugal. E tudo isto assumindo juros de mercado (e não de favor) pelos seus encargos financeiros, o que neste caso não é um pormenor irrelevante.
Falharam as previsões, mas ninguém, dos que anunciaram o desastre, fez qualquer errata. Repito, sinal dos tempos, ruidosos e imprecisos, que vivemos.
Há um ano, o Benfica tinha feito o inédito triplete, mas dois meses depois sentia-se um ambiente depressivo no ar. A 'desconstrução' do plantel alimentava o pessimismo que se tinha instalado entre os sócios e adeptos do clube. Este ano, com mais três títulos no futebol profissional, a história repete-se. Diz a sabedoria popular que não há duas sem três. Para o ano, voltaremos a ganhar e a entrar em depressão. Há coisas piores.
Quanto à 'desconstrução' do plantel, tão apregoada nos media, ela não é mais o que uma opção assumida, sem complexos nem equívocos, que tão bons resultados tem dado. Uma fórmula bem-sucedida nos últimos anos por parte de, pelo menos, dois clubes portugueses e que se traduz na descoberta de novos talentos, na sua valorização e na consequente renovação dos seus plantéis.
É uma realidade transversal a todos os clubes e, mais do que um problema, tem sido assumida como uma oportunidade. A história já nos provou que, quando lutamos contra o assédio de clubes europeus financeiramente mais apetrechados, perdemos sempre, quer do ponto de vista financeiro, quer do ponto de vista desportivo.
Ultrapassado o BES, a PT, a "desconstrução", segue-se, este ano, a mudança de treinador e a aposta na formação. Dois problemas na perspectiva de muitos, duas oportunidades do ponto de vista do Benfica. 
Agosto ainda vem longe, mas os comentadores já alinharam o discurso apontando para a herança e para o enorme desafio de Rui Vitória. E é, efectivamente, mas, mais do que uma situação conjuntural, o desafio de Rui Vitória é uma inevitabilidade. Chegar ao Benfica é sempre um tremendo desafio, independentemente de como ou quando se chega.
Mas, se quisermos ser sérios e factuais, o desafio não é menor para nenhum dos outros treinadores dos chamados 'grandes'. Um deles teve ao seu dispor - e a afirmação não é minha, mas do seu presidente - o melhor plantel dos últimos 30 anos e nada ganhou. Há dois anos que o clube não conquista o título mais desejado, o que é um lastro difícil de gerir. Não há nada pior de combater que a desconfiança das bancadas, esse será o seu maior desafio nos próximos meses.
O outro treinador aparece envolto numa espécie de mito sebastianista, desafiando as limitações financeiras e o regime de austeridade em que o clube vivia há vários anos.
Também não é irrelevante o facto de suceder a um treinador que sai em ruptura com a administração do clube, mas que é querido pelos seus jogadores. Não é, igualmente, saudável tentar importar de forma maciça know-how, porque isso é sinal de que o novo treinador não reconhece competência aos actuais quadros e, pior, não vê neles capacidade para o acompanharem no desenvolvimento interno do projecto. Afastar pessoas também não é a melhor forma de chegar a uma nova casa. O sebastianismo, como sabemos, não acabou bem! Perdeu-se a independência.
Todos vão ter desafios diferentes, mas todos vão ser postos à prova. Focar apenas em Rui Vitória essa responsabilidade não só é absurdo como totalmente falso.
Finalmente, a formação. Rui Vitória não chega ao Benfica com a obrigação de fazer entrar em campo cinco jovens do Seixal na equipa titular. Vem apenas com a missão de não os bloquear no seu processo de crescimento, de os conhecer, de lhes dar as oportunidades que merecem. Tão simples como isto."


PS: Estou de regresso após uma curtas mas saborosas férias - como é habitual nesta altura do ano -, este ano o estaminé ficou a cargo do grande Capitão Redheart, que a boa hora regressou ao Indefectível... Publicamente, dou-lhe os parabéns pelo excelente trabalho.
As alterações/melhoramentos no Indefectível vão continuar, para já o agendamento dos post's é a principal novidade... hoje, devido ao meu regresso, e com muitos post's em 'espera', o tempo de intervalo entre artigos é curto, mas a partir de amanhã iremos voltar ao ritmo da última semana...

O recomeço

"Os benfiquistas, pelo menos alguns, vivem tempos de angústia. Entre certezas e dúvidas, casos como as possíveis partidas de Maxi, Gaitán, Jonas ou Lima constituem, depois da saída de Jorge Jesus, um autêntico desespero.
Nada de mais. Como se viu no FC Porto, equipas vencedoras têm de ser desmembradas: porque se completam ciclos, porque é preciso realizar mais-valias, porque não se podem 'cortar as pernas' a jogadores que tentam fazer um último contrato melhorado, que lhes garanta o futuro. Por outro lado, a chegada de outro treinador sempre agita as águas. Vem à tona o inevitável 'modelo de jogo', que talvez implique uma aposta nas alas, maior consistência no miolo, um número 10 mais criativo, uma dupla de pontas-de-lança, dois trincos, três centrais e só não dois guarda-redes porque os regulamentos não o permitem. Enfim, a mudança dispensa muita gente e tira outra tanta da zona de conforto, mas é com ela que as coisas avançam e o futuro começa. E não existe mudança que não traga alguma instabilidade.
A hora da verdade impõe ao Benfica - e eu diria ainda mais a outros - diminuição da despesa e controlo apertado de tudo o que não seja essencial para comprar melões. Mas a experiência de gestão da era LF Vieira dá garantias de que se privilegiará o investimento inteligente, que é aquele que pode conduzir ao sucesso desportivo sem dar cabo do equilíbrio das contas.
A incerteza criada com a contratação do novo técnico, a quem foi atribuída a difícil missão de substituir um colega carismático e que apresentou resultados, é normal. Problema seria se a estrutura que o amparasse fosse amadora e não lhe desse os meios de que necessita para ser bem sucedido."

Bernardo e Telma

"1. O futebol jovem português está de parabéns. Depois da campanha relevante dos sub-20 no Mundial da Nova Zelândia conquistámos, ontem, com brilhantismo, a presença, vinte e um anos depois, na final do Europeu de sub-21. Terça-feira em Praga poderemos ambicionar, legitimamente, a conquista de um troféu que ficaria, e muito bem, na sala de troféus da nossa Federação e seria uma das peças mais emblemáticas da futura - e cada vez mais próxima Cidade do Futebol, ali bem perto do complexo desportivo do Jamor e, naturalmente, do Estádio Nacional.
2. Na tarde de ontem a nossa selecção de sub-21 pareceu-me, em certos momentos, o Barcelona de Pep Guardiola. Ou, agora, e em certos jogos, também o Bayern de Munique. Uma contínua troca de bola. Cada jogador sabendo onde está o colega. Geografia no passe e no jogo. Visão global do relvado. Passes curtos e eficazes. Um sentido colectivo impressionante. E com notas de brilhantismo e de magia proporcionadas por Bernardo Silva e de eficácia e posicionamento únicos em William Carvalho. E a segurança de José Sá e de Paulo Oliveira. E o sentido posicional de Sérgio Oliveira e de João Mário. O faro de golo de Ricardo e de Ivan Cavaleiro. Sem esquecermos todos os outros jogadores que ajudaram a projectar, na Europa e no Mundo, e nestes dias, o futebol português. Foram momentos de verdadeiro esplendor na relva. Um tarde para repetir na próxima terça feira em Praga. E, no final dessa noite, um abraço imenso reunirá, desejo-o convictamente, e como ontem, toda a estrutura de uma equipa que é, de verdade, uma equipa de todos nós. E que tem em Pedro Pauleta um verdadeiro e permanente elo de ligação. Entre todos. A começar no seleccionador nacional Rui Jorge. Que bem merece uma referência particular pela sua liderança e, acima de tudo, pela excelência que o seu percurso vitorioso nesta e desta selecção evidencia. Com a certeza de que no próximo ano, no torneio olímpico de futebol, Rui Jorge liderará um conjunto de jogadores que poderão erguer, bem alto, o nome de Portugal. O que também é uma boa notícia, na linha e na sequência dos Jogos Europeus de Baku, para o Comité Olímpico de Portugal.
3. Peço desculpa mas neste Europeu de sub-21 as exibições de Bernardo Silva deixaram-me, ao mesmo tempo, feliz e triste. Feliz pelo talento que deixou nos relvados nestes quatro jogos. Talento e virtuosismo. Capacidade e eficácia. E triste por saber que partiu do seu clube do coração - e de sempre - sem ter uma oportunidade de evidenciar no Seixal ou na Luz estas exibições que agora deixam muitos da Europa do futebol a olhar para o Mónaco. Sei bem que Bernardo Silva foi vendido por um valor bem significativo. Tal como João Cancelo e, ao que se sabe, Ivan Cavaleiro. Mas nem o relevante valor da transferência afasta a minha legítima tristeza. Que só é vencida pela certeza de que o futuro próximo de Bernardo Silva nos proporcionará tardes e noites de vitórias, tardes e noites de portentosas exibições. E alguns de nós que sabemos combinar paixão com razão o que desejamos, com Rui Vitória, é que os novos Bernardos Silvas - dos sub-19 e sub-20 das nossas selecções nacionais - tenham muitas oportunidades no Seixal e, em crescendo, algumas outras no Estádio da Luz. Conheço, mesmo que seja de forma indirecta, - mas através de vozes de amigos de sempre e que são de uma dedicação única! - o imenso benfiquismo da dedicada família de Bernardo Silva. E é também, e em razão deste facto singular, que continuo a conciliar a alegria com a tristeza. Com a convicção que a sua transferência para o Mónaco de Leonardo Jardim foi no tempo, no momento e nas circunstâncias adequadas. É, aqui, bem verdadeira a frase de Ortega y Gasset, que «somos nós e as nossas circunstâncias».
4. No desporto aprendemos, e muito, o que são, na e de verdade, as pessoas. Percebemos a angústia daqueles que nunca foram dirigentes desportivos benévolos mas proclamam, sistematicamente, os valores mais profundos do desporto. Sentimos a imensa tristeza que invade a pretensa alma de alguns que enriquecem à custa do desporto mas não percebem, acreditem, as lágrimas vertidas no bonito rosto de Telma Monteiro quando conquistou a medalha de ouro nos primeiros Jogos Europeus que estão a terminar na capital do Azerbaijão. Aquelas lágrimas ao escutar o hino nacional, como ontem na sua sempre bela escrita o nosso director evidenciava, levam-nos, sempre, às lareiras do nosso passado. Com os nossos saudosos entes mais queridos aprendemos a sentir o hino, a ter orgulho nas nossas conquistas, a partilhar a alegria dos atletas vitoriosos. Telma Monteiro, que é também um dos símbolos do actual e correto ecletismo do Benfica, mostrou-nos, como todos os outros medalhados, que temos razões, e muitas, para os felicitarmos vivamente, para reconhecermos o esforço das respectivas Federações e das suas estruturas de apoio e para acreditarmos no empenho organizativo do nosso Comité Olímpico. E olharmos, com esperança mas com realismo, para os próximos Jogos Olímpicos que decorrerão na atractiva e histórica cidade do Rio de Janeiro. Que continua sempre linda!
5. Um dos princípios que ensinei a muitos no âmbito do Direito Internacional era o da não ingerência nos assuntos internos de outros Estados. Principio cheio de permanentes e constantes violações. Por mim, e neste domingo em que o Sporting concretiza uma assembleia geral para abordar auditorias realizadas às últimas gestões, não vou violar aquele princípio. Os indícios quase se assemelham ao referendo grego acerca das posições europeias. Mas, aqui, o problema toca-nos, a todos, em razão da moeda comum, o euro. Que é, também, e em números relevantes, a questão implícita às auditorias em ponderação!
6. Parabéns a Miguel Oliveira o homem do momento no nosso motociclismo!"

Fernando Seara, in A Bola

Relatórios, notas e árbitros

"A despromoção de Marco Ferreira, o árbitro que ajuizou a final da Taça de Portugal, para além da surpresa e da interrogação, trouxe a lume o funcionamento do Conselho de Arbitragem (CA) presidido por Vítor Pereira e, em especial, o relacionamento entre a Secção Profissional e a Secção de Classificações (em que avulta a figura do vice-presidente Ferreira Nunes). Esta será a oportunidade para superar uma crise evidente e clarificar (ou cumprir...) os procedimentos que respeitam às nomeações e às avaliações dos árbitros. E também melhorar. O que salta à vista é demasiada opacidade e conflitualidade pessoal. O "meio" não ajuda mas há necessidade de comunicar e mostrar transparência - custe o que custar, será sempre o melhor caminho num terreno cheio de egos. Digo eu.
Comecemos pelo pecado original, que reside na eleição dos membros do CA através do "método de Hondt" (vício reiterado pelo Governo-legislador na última revisão da lei), que acabou por resultar numa vivência em regime de facção. Prova-se que não resulta. Continuemos pelo meio dos regulamentos, norteados pela distinção entre quem nomeia e quem avalia e classifica. A Secção Profissional designa os árbitros tendo em conta a classificação da época anterior, a "avaliação do seu desempenho na época em curso" e o "grau de dificuldade dos jogos". Para esse efeito, deve ter acesso aos "relatórios de avaliação técnica" dos árbitros existentes em "plataforma electrónica" e às decisões sobre as reclamações dos relatórios apresentadas junto da Secção de Classificações pelos árbitros. Por outro lado, essa Secção de Classificações estabelece os critérios de nomeação dos "observadores" e de classificação dos árbitros e desses observadores, designa os "observadores" que avaliam as equipas de arbitragem, recebe e valida os relatórios dos observadores e transmite-os aos árbitros, dá nota à prestação dos árbitros com base nesses relatórios e faz a respetiva classificação final. Neste quadro bipartido de competências e obrigações, o que está a correr mal? O que é que se deve conhecer e não se conhece porque não se dá a conhecer ou não se solicita? Será só o "grau de dificuldade dos jogos" declarado pela Secção de Classificações, omissão que, ao que relata a imprensa, motivou interpelação da FPF ao Governo? Ou será que falta informação para acompanhar com igualdade de armas o desempenho dos árbitros ao longo da época e traduzir isso nas nomeações? Dar respostas com clareza "será sempre melhor do que a habitual especulação do "meio". Digo eu."

Obrigados a ganhar

"Aproxima-se um dos campeonatos mais interessantes dos últimos anos. O Benfica está sob forte pressão. Depois de Vieira ter deixado sair Jesus para ir buscar Rui Vitória, se não for campeão toda a gente lhe apontará o dedo acusador. Há seis anos, nenhum benfiquista lhe exigiria o título. Depois da conquista do bicampeonato, porém, todos querem o tri. E se, além de não o conseguir, o Benfica ficar atrás do Sporting, então será o fim da picada.
O Sporting também está sob forte pressão. Depois da "loucura" de ter ido buscar Jesus, as expectativas dos adeptos ficaram altíssimas. Noutras circunstâncias, ninguém pediria à equipa mais do que um 2.° ou 3.° lugar. Mas tendo em conta o que se passou, todos pensam no título. E se o Sporting não o ganhar (e, por hipótese, não se apurar para a Champions), então a operação-Jesus será vista como um fiasco e Bruno de Carvalho ficará com a cabeça a prémio.
O FC Porto está igualmente sob forte pressão. Depois de dois anos a ver navios, Pinto da Costa tem de ser campeão. E ao insistir na continuidade de Lopetegui contra a vontade de muitos adeptos, o velho presidente pôs a cabeça no cepo. Se perder a aposta, a hegemonia portista no futebol português terá mesmo acabado - e o homem que fez do Porto uma potência futebolística acabará por sair pela porta baixa.
As circunstâncias conjugaram-se, pois, para que os presidentes dos três grandes, Luís Filipe Vieira, Bruno de Carvalho e Pinto da Costa, estejam obrigados a ganhar no mesmo ano. Como não podem ganhar todos, a pressão sobre cada um será fortíssima - prometendo um dos campeonatos mais disputados de sempre."

Conta, conta...!!!



Numa pré-época, com tanta turbulência, não deixa de ser significativo, que umas declarações, com este teor, passem praticamente despercebidas... Seria estranho, mas vendo bem as coisas, até não é!!!

Joel...



PS: Com algum atraso, aqui fica a entrevista do Joel, que no seu primeiro ano no Benfica, ganhou tudo... com competência, e com um discurso, que deixa os Benfiquistas orgulhosos...

domingo, 28 de junho de 2015

A decisão

O que se sabe das negociações entre Benfica e Maxi Pereira (ou o seu empresário) para a renovação do contrato do jogador é que o clube lhe apresentou proposta de três anos de contrato no valor de um milhão e meio de euros líquidos por ano. O que também se sabe é que o FC Porto subiu a parada, apresentando a Maxi (ou ao seu empresário) um ano mais de contrato e mais meio milhão de euros líquido por ano. O que não se sabe é porque Maxi ainda não decidiu nem se sabe do que está à espera ou se está realmente à espera de alguma coisa.
Por outro lado, e já no domínio de alguma especulação, é certo, consta que a possível opção de Maxi Pereira pelo FC Porto poderá vir a custar ao FC Porto, com salários nos quatro anos (16 milhões de euros brutos sensivelmente), mais prémios e comissão ao empresário, qualquer coisa como um total aproximado de 20 milhões de euros brutos, o que não deixará de marcar substancial diferença para a oferta do Benfica, que na proposta de três anos de contrato (e um ano menos faz também muita diferença) poderia/poderá ter de vir a pagar qualquer coisa como 12 milhões de euros brutos (nove de salários mais três de comissão e prémios).

Que Maxi Pereira faça o seu jogo, claro que se compreende, ele é um profissional de futebol que procura o melhor para si depois de ter vivido oito anos da carreira no Benfica, os últimos dois dos quais em muito bom plano. Deixaram que Maxi pudesse ficar com a faca e o queijo na mão na hora de renovar o contrato e o que ele faz, e disse, é apenas aproveitar o momento para negociar melhor o que será certamente o último grande contrato da vida.
O FC Porto faz igualmente bem o seu papel de querer roubar o jogador ao Benfica, como o fez quando se tratou de ir à Luz convencer o compatriota de Maxi, o médio ofensivo Cristian Rodríguez, a mudar-se para o Dragão. É discutível o que oferecerá a Maxi Pereira mas só os responsáveis portistas sabem as linhas financeiras com que se devem coser.
Quanto ao Benfica, depois de ter ido, segundo parece, a reboque do empresário do jogador nos últimos dois anos, vendo-se o clube mais ou menos impedido de negociar com a antecedência a eventual renovação do jogador, agora parece ir a reboque do próprio Maxi Pereira, de quem está, há demasiado tempo, à espera duma resposta.
E isso não é fácil de entender.

Não se esperava que fosse o Benfica a dar a Maxi Pereira um prazo para dar resposta final? Não se esperava que passado já tempo suficiente viesse o Benfica a dar por terminadas as negociações com o jogador por não obter um sim ou sopas?
Pelos dados que vieram a público parece esperar o Benfica que Maxi Pereira se deixe convencer não pelo dinheiro mas pelo eventual sentimento. Faz mal. O próprio Maxi disse que, por mais que lhe custasse, se tivesse de jogar noutro clube em Portugal jogaria.
Talvez espere Maxi que a incerteza leve o Benfica a subir a parada e jogará na eventual angústia encarnada de poder voltar a passar pela sempre dura experiência emocional de perder um dos maiores símbolos do campo e do balneário para o rival do Porto um mês depois de perder o treinador para o rival de Lisboa.
Deveria o Benfica esperar pela decisão do jogador?
Não. Maxi já teve tempo para decidir. Se não decidiu, devia decidir o Benfica.
É fácil perceber porquê!

PS: "Paulo Sousa regressa ao futebol italiano, agora como treinador. Estará como peixe na água. Entra pela porta da Fiorentina mas aposto que só pára na Juventus. Para lá de todos os talentos e capacidades, Paulo Sousa tem outro mérito excecional: como jogador e agora como treinador, construiu sempre a carreira sozinho. Sabem o que quero dizer."

João Bonzinho, in jornal A Bola

Vistas curtas

O grande problema do campeonato português é ser pouco competitivo. Só três clubes da primeira liga sonham ser campeões. Isso retira a todos os restantes adeptos, receitas e, por consequência, recursos para se aproximarem dessa possibilidade. É um círculo vicioso que acaba por prejudicar todos. Qualquer competição depende, para continuar atrativa, de algum equilíbrio entre os concorrentes. Tudo o que se faça no futebol nacional deve favorecer o reforço dos clubes médios. É por isso que tenho defendido que os direitos das transmissões televisivas devem ser centralizados e distribuídos conforme os resultados desportivos, permitindo que uma equipa que num determinado ano se afirme tenha um retorno financeiro que a permita continuar esse caminho. Só isto favorecerá o investimento para crescer.
Na Alemanha, em Inglaterra e em Itália a venda de direitos está centralizada. E Espanha acabou de o fazer, através de uma lei do Estado. Ao que parece, a direção do Sporting aprecia o modelo italiano, que tem em conta vários fatores, nem todos dependentes do mérito. Eu gosto mais do modelo inglês. Contam os resultados e a taxa de ocupação do estádio. Parece-me excelente. Ganha quem conquista, não quem se senta à sombra da bananeira. de passados gloriosos ou de muitos adeptos. É isto que espicaça a competição, de que o futebol depende para ser sustentável. Infelizmente, as vistas curtas nacionais estão a encaminhar tudo para uma solução bipartida, em que Benfica e Porto dividem o bolo entre si. Já nem se trata de desprezar os clubes médios, mas de reforçar ainda mais o afunilamento da competição. Só que um campeonato a dois não é um campeonato. São dois jogos por ano em que perdem todos.

Daniel Oliveira, in jornal Record

Bernardo, Cavaleiro e Cia


All Goals and Full Highlights | Portugal 5-0... by mszabi

As doces lágrimas de Telma Monteiro

A menina loura e de ar um pouco azougado subiu ao lugar mais alto do pódio, em Baku, viu a bandeira, ouviu os primeiros acordes da Portuguesa e deixou cair as lágrimas. Primeiro, com a coragem de as mostrar, depois eram demasiadas e sentiu pudor perante o mundo. Muita gente terá ficado admirada porque, afinal, se tratava de uma lutadora impiedosa, uma especialista no derrube dos outros, uma exterminadora implacável que, momentos antes, se mostrara felina e indomável na sua ânsia de vencer sobre a outra, uma húngara um tanto assustada e desamparada na sua derrota.
As lágrimas de Telma pareciam, mais, estranhas e quase inexplicáveis. Mas, a menina desceu do pódio com as suas medalhas de conquistadora suprema ao pescoço e explicou que tinha de desabafar depois de toda a pressão de dias e dias de trabalho, de sacrifício, de solidão, enfim, compensada.
Talvez os portugueses, pouco dados a entender a realidade desportiva além e aquém futebol, não tivessem ainda dado conta de que Portugal tem milhares de jovens, como a Telma, a treinarem-se diariamente na solidão dos seus sonhos, longe da ribalta das televisões, dos microfones das rádios, dos gravadores dos jornalistas.
Os melhores, os que da lei da vulgaridade se libertam e chegam, por méritos próprios, às grandes competições internacionais descobrem, com espanto, um outro universo. Entram, muitas vezes sem estarem preparados para isso, num mundo de fantasia que parece importar-se verdadeiramente com eles, que lhes seguem os passos, que querem saber de suas vidas, seus amores, suas vontades. Tratam os grandes sucessos como feitos nacionais, elegem rainhas e reis adorados pelo povo, mas lidam com as derrotas sem contemplações, com a espada apontada à humilhação dos falhados desta civilização estúpida e cruel.
É por isso que só aqueles que lá andam, que trabalham horas e horas a fio na ânsia da superação do corpo e da alma, no sonho do sucesso nessa área amada e odiada que é o desporto, melhor compreendem as doces lágrimas de Telma.
O grande António Gedeão saberia explicar que não se tratava, apenas, de água e cloreto de sódio: mas de uma substância humana, muito mais complexa, que mistura uma razoável quantidade de alma com outra parte significativa de suor do corpo.
A questão à qual a filosofia, a matemática, a medicina, a antropologia ainda não souberam responder é porquê? Por que razão um homem ou uma mulher gasta os melhores anos da sua juventude numa luta constante com o seu corpo, com a sua alma, perseguindo um sonho que ao comum dos mortais parece apenas a utopia de se querer chegar ao pote de ouro na ponta de um arco íris.
Ninguém alguma vez respondeu a esse porquê. No fundo, ninguém respondeu à maioria das perguntas importantes da existência e do comportamento humano.
Ninguém pode responder ao verdadeiro porquê das lágrimas de Telma. Apenas se pode dizer que emocionaram Portugal, que nos lembrou, a nós, portugueses, que não temos de saber responder a todas as perguntas para sermos felizes e para mostrarmos que vale a pena fazer bem o que nos decidimos a fazer.
Nos Jogos Olímpicos de Londres eu vi a Telma perder o seu maior sonho, logo no primeiro combate. Lembro-me bem que não chorou e recordo, em elogio, a sua dignidade. Ela sabia, como sabem os grandes campeões, que há derrotas que são necessárias para se chegar às vitórias. Espero que, no Rio, a Telma volte a chorar. Ela merece. Mesmo que Portugal não saiba merecer os seus campeões.

Vítor Serpa, in jornal A Bola

Ética, 'fair play' Bruno e... Jesus

Bruno de Carvalho contratou Jorge Jesus apesar de saber que Marco Silva é o treinador Sporting, clube que, neste momento, tem dois treinadores, um que vai entrar e outro que não saiu, dando-se o caso, como ontem explicou o presidente da Associação Nacional da classe, em declarações à Renascença, que, por imperativo regulamentar, enquanto Marco não sair, Jesus não pode entrar... pelo menos como treinador principal.
Ao assumir o compromisso com Jesus, o presidente leonino sabia que tinha este nó por desatar e tem-no tentado à sua maneira: primeiro, esgrimiu o expediente de despedimento por justa causa, devido a uma troca de fatos; depois, provavelmente pouco entusiasmado com a argumentação jurídica, avançou para o mútuo acordo, sugerindo um pagamento em dinheiro que a outra parte até aceitaria desde que ficasse com o caminho livre para prosseguir a construção da sua carreira. Negativo, porém, dado o presidente leonino propor-se liquidar apenas o correspondente a um terço do resto do contrato e reclamar o direito de controlo sobre a vida de quem quer despedir, tendo José Pereira, rosto da ANTF, utilizado engraçada expressão metafórica para traduzir inusitado comportamento, que, objetivamente, não tem graça nenhuma...
Ao assumir o compromisso com Bruno de Carvalho, Jorge Jesus sabia que Marco Silva era o treinador do Sporting e que ao aceitar substituí-lo estava a patrocinar uma relação nada saudável entre mestres do mesmo ofício. Sabia também que o assumiu sendo treinador do Benfica, que é quem lhe paga até 30 de junho, apesar de estar já a trabalhar no Sporting, de aí só poder ser apresentado em julho para tornear o «pressuposto legal».
Jorge Jesus disse em tempos que o 'fair play' é uma treta. Sobre a ética não consta que tivesse dito alguma coisa, nem ele nem Bruno de Carvalho. Nem é preciso...

Fernando Guerra, in jornal A Bola

sábado, 27 de junho de 2015

Tranquilos

O mercado está aberto e a imprensa bombardeia, todos os dias, os adeptos com notícias de primeira ou última hora relativamente a novas saídas, contratações ou rescisões. Jogadores em Paris, Estados Unidos ou até - imagine-se - na China! Valores de prémios, nomes de adjuntos e até novos patrocinadores: tudo num rol quase inimaginável de factos e artefactos para premiar os leitores e os telespectadores com novelas intermináveis.
Mantenhamo-nos tranquilos! Luís Filipe Vieira já deu provas consolidadas de que sabe lidar com o mercado e com a turbulência das notícias. De que sabe estar muito acima de atitudes vingativas ou retaliatórias que predominam noutros clubes - veja-se a atitude da contratação de Rui Vitória face à pressão para a contratação de Marco Silva! De que mesmo quando os números obrigam a contenção, sabe apostar estrategicamente nas áreas e nas pessoas certas, que muitos títulos têm entregue ao Sport Lisboa e Benfica.
Mantenhamo-nos tranquilos! O Benfica é muito maior do que qualquer treinador, adjunto ou jogador, por muito que a coerência - ou a falta dela - seja a nota de conduta de alguns profissionais do Futebol, acreditemos que quem nos lidera sabe bem o que quer para o Clube. Alguns preferem continuar a garantir que este ou aquele jogador vão para o FC Porto. Outros que aqueloutro juvenil será cedido como moeda de troca para um qualquer clube asiático ou do médio oriente. Outros ainda apostam tudo em como será impossível vencer com jogadores da Formação, sejam eles três, cinco ou dez. Eu prefiro dizer que tenho a certeza de que Vieira continua a ser o timoneiro deste clube e que isso me dá uma imensa tranquilidade para encarar a próxima época, que começa já a 9 de Agosto.

André Ventura, in jornal 'O Benfica'

Decisão definitiva da Autoridade da Concorrência

A melhor forma de passar que um determinado facto é uma vitória, quando ele afinal é uma grande derrota, é aproveitar o desconhecimento técnico, voluntário ou não, dos meios que supostamente o deveriam divulgar. Em 28 de Novembro de 2014, na parte que interessa, foi assinado o seguinte documento de compromissos perante a Autoridade da Concorrência.
"As empresas visadas no processo de contra-ordenação número...., que corre termos no Departamento de Praticas Restritivas da Autoridade da concorrência assumem perante a Autoridade da Concorrência, no enquadramento legal estabelecido pelo artigo 23º da Lei da Concorrência aprovada pela Lei nº 19/2012 de 8 de Maio, o cumprimento integral de um conjunto de obrigações.
Os Compromissos entram em vigor na data de produção de efeitos da decisão de arquivamento nos termos do numero 6, do artigo 238, da Lei da Concorrência.
(a) Na celebração de novos contratos que tenham por objecto, total ou parcialmente, os Direitos, as Declarantes obrigam-se a não incluir clausulas que lhes confiram um direito de preferência na contratação dos Direitos para outras Épocas Desportivas após o termo desses novos contratos.
As Declarantes obrigam-se a dar conhecimento à AdC dos novos contratos referidos que celebrarem ate ao final da época de 2017/2018, enviando copia dos mesmos no prazo máximo de 10 dias úteis após a respetiva celebração.
No que respeita aos Contratos, as Declarantes,(CONFIDENCIAL-SEGREDO DE NEGÓCIO), renunciam na presente data ao direito de preferencia de que a e detentora e beneficiaria." Ou seja, o fim do direito de preferência na celebração de qualquer novo contrato de direitos de transmissão televisiva e (ou) de publicidade, estática e virtual.
E também foi fixado o fim da exclusividade, tudo com efeitos para os anos futuros.
"As Declarantes obrigam-se a não celebrar novos contratos que tenham por objecto, total ou parcialmente, os Direitos, com uma clausula de exclusividade superior a três Épocas Desportivas consecutivas incluindo renovações, aditamentos e/ou suspensões do termo de vigência dos novos contratos.
Na contagem das três Épocas Desportivas não se inclui a Época Desportiva em curso no momento da celebração do contrato."
E depois a "cereja no topo do bolo", ou seja, o colocar fim aos contratos sem qualquer indemnização.
"As Declarantes assumem a obrigação de comunicar as contra-partes nos Contratos que estas podem unilateralmente e sem qualquer penalidade ou dever de compensação, denunciar os Contratos, com efeitos a partir do final da Época Desportiva 2015/2016 desde que o façam ate 30 de Novembro de 2015, por carta registada enviada a...."
O processo desde aí seguiu os seus trâmites, tendo desembocado agora na sua efectividade no princípio do mês de Junho de 2015.
Isto poderá gerar, ou não, uma grande revolução televisiva, digital e de multimédia.
Relembremos que a BTV, antecedeu este cenário com mais de dois anos de antecedência, através da sua Direcção.
Em termos práticos, poderão surgir no mercado outros operadores, pois os contratos podem ser denunciados por todos, com efeitos a partir do final da época desportiva desde que o façam até 30 de Novembro de 2015. Alguém noticiou esta revolução que se avizinha?
Alguém noticiou a verdadeira dimensão do conteúdo intrínseco das mudanças de jogadores e treinadores no Futebol português?
Alguém noticiou como funcionam os bastidores do Futebol quando um clube renasceu das cinzas e começou a dominar o panorama desportivo português?
Ou será que alguns não compreenderam, outros não quiseram e outros ainda, chutaram mesmo para canto? 

Dislexia


Quando os factos não interessam, há uma enorme propensão para se chutar para canto. Realmente a melhor forma de não assumirmos responsabilidades e hoje quase ninguém as assume, é chutar pela linha de fundo.
Só vão à Barra do Tribunal três tipos de pessoas - os culpados, os que assumem responsabilidades e são voluntaristas e os que estavam no sitio errado à hora errada, mas nada tendo a ver com o cenário.
Assumir responsabilidades é claramente das coisas mais difíceis e estúpidas, de se fazer nos tempos modernos.
É tão bom ser "pau mandado" e nunca se perceber o que se está a fazer! Ou pelo menos, fazer de conta de que não se percebe, nada de nada!
E depois há aqueles que passam sempre pelos intervalos da chuva e que nada contribuem para nada, apenas contribuem para "encher chouriços".

António Pragal Colaço, in jornal 'O Benfica'

A melhor época de sempre?

A subjectividade inerente a uma avaliação deste género, torna as escolhas passíveis de contestação. Há que delimitar o âmbito, para, de seguida, contextualizar as épocas, as modalidades e as competições disputadas. 
Por exemplo, no Basquetebol, 2014/15 foi a temporada em que o Benfica conquistou mais provas nacionais (5), mas não a melhor de sempre: Em 1994/95 também atingimos o pleno (4 provas). No entanto, a prestação europeia (melhores 16 da principal competição), faz a balança pender a seu favor. Outro caso elucidativo é o do Futebol em 2013/14: O Benfica venceu os três títulos nacionais em disputa (CN; TP; TL), estabelecendo um recorde, e chegou à décima final europeia do seu historial. Todavia, 1960/61, pela glória alcançada com a vitória na final da Taça dos Campeões Europeus e por termos arrecadado mais um título nacional, é, na minha opinião, a melhor de sempre.
No âmbito estritamente desportivo e em termos globais, a época que agora finda foi, a nível nacional, a melhor de sempre do Sport Lisboa e Benfica (e de um Clube português). Assumindo que sermos campeões nacionais de Futebol é uma premissa, é necessário recuar a 1988/89 para encontrarmos uma temporada em que tenhamos conquistado 7 Campeonatos Nacionais (Futebol, Basquetebol, Atletismo, Andebol, Natação, Bilhar e Ténis). Em 2014/15, vencemos 8: Futebol, Basquetebol. Hóquei em Patins, Futsal, Voleibol, Atletismo, Snooker e Triatlo, aos quais acrescentámos quatro "dobradinhas", os plenos do Atletismo, Basquetebol e Voleibol e as conquistas na vertente feminina do Râguebi, Hóquei em Patins (o pleno nacional e a Liga Europeia), Futsal e Pólo Aquático. Inesquecível!

João Tomaz, in jornal 'O Benfica'

Há mais fumo do que fogo

Rui Vitória terá como tarefa primeira e decisiva fixar o plantel com que poderá contar durante a temporada. Todos os dias há supostas entradas e saídas que são anunciadas nos media. Não se poderá dizer como noutros tempos que «é só fumaça» mas seguramente «há mais fumo do que fogo». Confiemos na SAD e no treinador para definirem o grupo que atacará os títulos. O presidente Luís Filipe Vieira prometeu na apresentação do treinador que este iria contar com um grupo capaz de vencer, e isso basta-me.
Na última época já o mês de Agosto ia a meio, e de Jonas, Samaris e Júlio César não se falava. Depois vieram os jogadores e os títulos.
Deixemos para a concorrência a disputa do título de campeão da pré-época, no Benfica queremos é ser campeões nacionais pela 35ª vez. As taças que procuramos são a de Portugal e da Liga.
Há no entanto, natural expectativa, e enquanto a bola não salta, não faltam línguas incendiárias a ocupar o espaço mediático. São óptimos estes defesos quando se ganharam os títulos quase todos, e são péssimos e intermináveis quando não se ganhou quase nada.
Ainda não sei quem será o Etoile Carouge da presente temporada, não tenho todo o calendário da pré-época presente, mas só dia 9 de Agosto, será a doer e para ganhar.
Mas no cardápio da pré-época muitos aperitivos de categoria como o PSG, Fiorentina, Nápoles ou América.
Merecida referência à selecção nacional de Sub 21 pelo brilhante desempenho, e apuramento Olímpico. Sublinhado também para Lindelof, o sueco que este ano vai estar no plantel principal do Benfica, e que está a dar boas indicações.
Última referência para a medalha de ouro de Telma Monteiro, a quem já só falta uma medalha olímpica a coroar uma carreira desportiva de sonho. 

Sílvio Cervan, in jornal A Bola

O nosso treinador

À medida que a poeira assenta, a nação Benfiquista vai-se congregando em torno do novo treinador.
Qualquer mudança traz sempre alguma ansiedade associada. Sobretudo quando parte de uma base de sucesso. Diz-se que as grandes reformas devem fazer-se na quietude do triunfo, e não no tumulto do fracasso. O certo é que a volatilidade dos tempos modernos não permite dormir sobre êxitos findos. Ela obriga a reinventar para manter o rumo. O passado respeita-se, e evoca-se, mas é o futuro que deve orientar a acção. O futuro do Futebol encarnado chama-se agora Rui Vitória. O técnico ribatejano chega ao nosso Clube bastante mais jovem, e traz na bagagem um currículo bastante mais composto, que o do anterior treinador em 2009. Vem com a ambição e a energia de quem quer conquistar o Mundo. Traz, ainda, um suplemento de alma importante numa actividade que vive de paixões: é Benfiquista. É um dos nossos! A humildade com que afirma que irá manter o que está bem, abona em seu favor. O discurso afirmativo, confiante e clarividente também. É um homem do Futebol, mas não é um homem apenas do futebol. Acredito que, mais do que para transformar, ele vem para acrescentar. 
Em Agosto, quando as competições oficiais se iniciarem, todos seremos um só. O novo treinador, um renovado plantel (certamente competitivo, e com a mesma sede de ganhar), e os mesmos adeptos de sempre - aqueles que fazem do Benfica o gigante que é, e que, com diferentes treinadores, com diferentes jogadores, vão festejando campeonatos sucessivamente. Já vamos em 34. O próximo é o 35.º. E este será com Rui Vitória sentado no banco.

Luís Fialho, in jornal 'O Benfica'

Vêm aí os abutres

Todos os anos, a história repete-se. O título ainda pode estar por decidir, os jogadores-chave não sabem ainda se continuam ou se seguem viagem atrás dos euros ou dos petrodólares, mas já os jornais fazem capas com o "interesse de" ou as "saídas mais que certas" e todas aquelas banalidades a que já nos habituámos. E assim será enquanto o SL Benfica for aquilo que é desde sempre - o maior Clube de Portugal, o que tem mais adeptos, o que gera mais receitas, o que vende mais jornais.
Estamos no fim de junho, falta mais de um mês para a primeira competição oficial e poucos dias para os treinos da nova época se iniciarem. E até agora o que é que já perdemos em termos de capital humano?
Pouco, muito pouco.
O treinador é um homem da casa, há jogadores emprestados que vão ter novas oportunidades, há esperanças da equipa B que são cada vez mais certezas, há valores seguros que continuam no SL Benfica, há estrelas da companhia que podem ou não sair, mas há soluções à vista para o caso de ser necessário. Esta é a realidade, depois há a utopia, há a tentativa de inflacionar salários, o desejo de criar casos e instabilidade.
Não vale a pena perder muito tempo a imaginar quem pode ganhar com isto, é fácil, está na cara há muitos anos. Ganham os rivais e seus dirigentes, os olheiros, os empresários, os vendedores de jornais, a turba de comentadores anti-benfiquistas. Sim, vão sair jogadores, é sempre assim nas grandes equipas. Uma coisa é certa: quem ficar, quem regressar e quem vier de novo vai jogar com uma camisola onde não falta o escudo de campeão (bicampeão), um patrocínio poderoso e mais de cem anos de glória. Ou como diz José Mourinho em inglês: os cães ladram e a caravana passa.

Ricardo Santos, in jornal 'O Benfica'

Mercado da Luz F15 I

Gloriosos Indefectíveis,

Em comunicado enviado à CMVM o Sport Lisboa e Benfica, comunicou os seguintes factos relativos a atletas de futebol:

Atletas já sem vínculo (7): 
- Benito, João Cancelo, André Gomes, Pedro Alves, Sulejmani, Rodrigo, Funes Mori

Atletas já contratados (10):
- Ederson, Marçal, Carcela, Dálcio, Diego Lopes, Léo Natel, Pelé, Tarabt, Francisco Vera, Murillo

Equipa técnica:
- Treinador principal: Rui Vitória
- Treinadores adjuntos: Arnaldo Teixeira, Sérgio Botelho, Minervino Pietra
- Preparador físico: Paulo Morão
- Treinador de guarda-redes: Hugo Oliveira
- Benfica Lab (coordenador): Bruno Mendes
- Vídeo analista: Marco Pedroso

Informação com Selo de Garantia: 'O Indefectível'

Consultar fonte (pag. 75)

Mercado da Luz

Gloriosos Indefectíveis,

O Indefectível inaugura hoje a série 'Mercado da Luz'.
De hoje em diante os artigos publicados sobre a designação 'Mercado da Luz' irão abordar tudo o que são as movimentações de jogadores e treinadores efectivamente confirmadas pelo Sport Lisboa e Benfica. No 'Mercado da Luz' quem tem voz é o feirante e o feirante neste caso é o Sport Lisboa e Benfica.

O objectivo desta série é servir de ponto de referência para consulta e debate sobre as movimentações que vão sendo concretizadas ao longo da época desportiva nas diferentes janelas de transferências.

Iremos ter dois tipos de mercados: O mercado associado ao futebol e o mercado associado às modalidades.

As designações serão pois:
- 'Mercado da Luz F15 I'
- 'Mercado da Luz M15 I'
onde 'F' significa Futebol, 'M' significa Modalidades, '15' significa o início da época desportiva de 2015/2016 e onde o 'I' é a numeração romana da ordem de publicação referente à época desportiva em causa.

Fiquem pois sintonizados que toda a informação será aqui do melhor modo apresentada.

Pelo Benfica! Sempre!

Redheart <3

sexta-feira, 26 de junho de 2015

Quem mais arrisca?

Promete ser espetacularmente de gritos o próximo campeonato de futebol. Agora é que é mesmo: Benfica, FC Porto e Sporting (mera ordem de classificação na anterior Liga) precisam de ser campeões. Precisam! Os três arriscam imenso! Quiçá mais do que nunca. E, no final, inevitável, haverá dois perdedores...
Todos na zona vermelha do conta rotações (e desta feita, também mais do que nunca, incluindo os três treinadores...), quem arrisca ainda acima do risco dos outros? Luís Filipe Vieira e Rui Vitória? Pinto da Costa e Julen Lopetegui? Bruno de Carvalho e Jorge Jesus?

Adeptos do Benfica, regressados ao hábito de vencer, reclamam 3.º título consecutivo (aí, sim, haveria retorno da longínqua hegemonia benfiquista). Se esse objetivo falhar, cabo das tormentas para Luís Filipe Vieira que, provocando quase generalizada estupefação, empurrou Jorge Jesus para a porta de saída (enorme maioria de adeptos, de qualquer dos gigantes, está-se nas tintas para restrições financeiras e projetos a médio prazo; quer é títulos; sobretudo na massa de adeptos nos quais se enraizou esse ótimo sabor...).
Ainda assim, Vieira poderá contrapor, a par da necessidade de vacas magras nas finanças, o trunfo dos dois últimos títulos. E do regresso de Benfica campeão também em quase todas as outras modalidades. Chegará para anular eventual fiasco no futebol? Depende do nível do fiasco. Muito dificilmente se equipa em reconstrução com escassez de meios for atirada para regresso aos consecutivos anos de Benfica limitado ao 3.º lugar.
Rui Vitória arrisca, mas bem menos. Se acontecer flagrante dissonância de meios face aos que teve o seu antecessor (embora o último título tenha sido grande proeza de Jorge Jesus, após perder, de rajada, 8 campeões!, e perante o luxo do plantel portista). Que plantel Vieira irá dar ao novo líder técnico? Rui Vitória, pressionado pelo novo projeto de aposta em jovens vindos da formação, logo frisou: «Sim mas não sou tolinho...».

FC Porto não pode perder 3 campeonatos a fio... E agora, subitamente, vê forte hipótese de novo Sporting ampliar o habitual palco de duelo com o Benfica.
Pinto da Costa decidiu manter Lopetegui. Ambos pressionados ao máximo. Por isso, já se percebeu: o FC Porto perde Danilo, Casemiro e Jackson, mas encaixa milhões de euros à escala de dezenas e não irá desinvestir. Pelas contratações já feitas e pelas que parecem a caminho, com base no Dragão estará outro plantel de luxo. Ou como Lopetegui estará proibídissimo de voltar a falhar... Se isso acontecesse, o pedestal de Pinto da Costa muito abanaria.

Jorge Jesus assume a responsabilidade de intenso foco como protagonista de revolução à vista. No entanto, é de Bruno de Carvalho o máximo risco. Na grande cartada de contratar o treinador bicampeão apostou tudo. Dificílimo meio termo entre estrondoso êxito e início de desmoronamento. Bruno de Carvalho acerta em cheio nos treinadores: Leonardo Jardim, Marco Silva, Jorge Jesus. Contraponto: com o primeiro, desafinou-se na ponta final (mau grado o 2.º lugar); com o segundo, criou verdadeira borrasca logo a meio da época e teceu indigno final (apesar da conquista da Taça de Portugal). Agora, tendo arriscado enorme salto em frente Bruno de Carvalho enfrenta enorme diferença: está absolutamente dependente de Jorge Jesus (êxito ou fracasso).

Por isso, ao presidente do Sporting não bastará o enorme e tão inesperado, investimento financeiro neste treinador. Terá de prossegui-lo no plantel. Nas receitas não concretizadas por veto de Jorge Jesus às saídas dos mais valiosos jogadores. E na aquisição dos reforços a sério que Jorge Jesus reclama e lhe terão sido prometidos. Reviravolta na política de treinador e plantel com baixos custos. E rápido acentuar de aposta em recrutamento na formação fica adiado. Porque, se Rui Vitória já frisou não ser tolinho, Jorge Jesus é... raposa velha.

Conclusão: as duplas responsáveis no FC Porto e no Sporting arriscam ainda mais do que a do Benfica, apesar de tudo...

Santos Neves, in jornal A Bola

Mini Pereira e Marco Selva

Se, porventura, Maximiliano Pereira continuar no Benfica vão ser poucos os adeptos benfiquistas dispostos a perdoar-lhe amorosamente, como sempre fizeram, a mais pequena falha em campo, coisa que raramente acontecia. 
- Devias ter ido para o Porto! - é o grito que surgirá das bancadas sempre que o uruguaio desacertar.
É no que dão estes romances insuportavelmente esticados para lá do tempo razoável da intriga. Enjoam. 
Não tendo havido consenso entre as partes para a renovação do contrato antes do fim de 2014, era certinho que a discussão do futuro do jogador iria ser um dos pratos fortes do defeso de 2015, até à exaustão. 
Maxi Pereira está há oito anos na Luz e, devagarinho, foi-se afirmando como um esteio da equipa, como uma referência de empenho e de dedicação que conquistou o coração dos adeptos convencidos de que tudo aquilo que o viam fazer em campo era obra de um insuspeito benfiquismo intercontinental que lhe corria nas veias desde a hora em que nasceu, lá longe no Uruguai.
A dor iminente de se perder um excelente defesa-direito tem vindo a ser suplantada, e brutalmente, pela decepção de uma evidência mil vezes mais castigadora. A de que, afinal, Maxi Pereira não é do Benfica desde pequenino, é apenas um profissional de futebol - e dos bons! - que faz contas à vida e deita os olhos ao seu futuro.
A esta chatíssima novela nem sequer falta um suposto vilão. Trata-se do empresário do jogador, esse grande malandro que quer enfiar Maxi no Porto tal como já fez no passado com Cristian Rodriguez, outro uruguaio por si agenciado que transitou da Luz para o Dragão sem pensar duas vezes.
Porque o processo foi muito rápido, a deserção de Cristian Rodriguez causou surpresa e comoção. O eventual trânsito no mesmo sentido de Maxi Pereira já não causará surpresa nem, muito menos, comoção porque este enredo abusa da lentidão e da paciência geral.
Exaspera-se, em primeiro lugar, o público que concede benevolentemente um tempo legítimo para estes suspenses. Mas depois, vendo a acção engonhar, acaba toda a gente por se desinteressar do assunto. Qualquer que seja o desfecho, já vai tão longa a conversa que, francamente, deixou até de ser emocionante para passar a ser coisa enfadonha, entediante. Talvez seja esta a estratégia do Benfica para perder Maxi Pereira para o Porto ou para qualquer outro emblema sem que haja revolta na Luz.
- Vamos aborrecê-los de morte com o caso Maxi Pereira até ser um alívio a sua partida! E, assim, se perderá sem fazer ondas um jogador que foi importantíssimo no renascer do Benfica para a conquista de títulos e na consequente recuperação da auto-estima da casa que andou muito por baixo durante anos a fio.
Aconteça o que acontecer, é nossa obrigação agradecer a Maxi Pereira a entrega total em oito anos ao serviço do Benfica. Foi frequentemente notável o seu contributo.
Ao ponto de nos fazer achar que, finalmente, já havia entre os jogadores quem interpretasse maravilhosamente o papel de moicano de eleição, servindo de exemplo não só para os mais novos do balneário mas também de exemplo para os nossos adeptos imparáveis que se reviam inteiros e de alma lavada naquele uruguaio não menos imparável.
No Benfica, Maximiliano Pereira foi sempre Maxi.
O Maxi Pereira da Luz. Nunca Mini Pereira.
Mini Pereira será para os outros. E acabem lá com isto, por favor.

Se já é arrevesado e injusto despromover Maxi Pereira a Mini Pereira feitas as contas aos tais oito anos passados pelo uruguaio no Benfica - e vá ele para onde for -, o que dizer do absurdo da transformação de Marco Silva em Marco Selva após um ano em Alvalade com a conquista de um título oficial coisa que não se via por aquelas bandas há uma quantidade de anos?
Os presidentes ao presidir podem fazer o que lhes dá na gana. Aliás, em alguns casos, foi para isso mesmo que foram eleitos. Contratar e despedir funcionários é uma das atribuições de quem preside e o exercício da vontade suprema, o luxo das decisões indiscriminadas, o poder absoluto sem quem o contrarie são as pequenas alegrias de quem, de repente, se vê numa altíssima posição de comando sem saber muito bem como.
O despedimento com alegada justa causa de Marco Silva é uma decisão que cabe na área de legitimidade do presidente do Sporting e que, por isso mesmo, não se discute a sua autoridade - presidente é presidente - embora, tudo o indique, venha a ser discutido em tribunal.
Despediu, está despedido, acabou-se a conversa.
É normal, é futebol.
O que não é normal nem é futebol é esta coisa malsã de andar o presidente despedidor, consumado o acto, a insultar o treinador despedido com palavras feias e destruidoras do carácter de um profissional que desse ponto de vista, profissional, não falhou no seu ano de trabalho. Ou falhou?
O presidente do Sporting quer fazer de Marco Silva um Marco Selva.
Quer-me parecer que, neste capítulo, não vai ter sorte nenhuma.

Amigos sportinguistas e portistas dizem-me que não querem o Maxi Pereira nos seus respetivos clubes porque, sendo ele um caceteiro de primeira ordem, passará a vida a ser expulso já que nem o Porto nem o Sporting gozam da proteção dos árbitros ao contrário do que sucede com o Benfica.
No fundo, não acreditam no que dizem.
Pois se fosse assim nem o Sporting se dava ao trabalho de contratar o treinador campeão Jorge Jesus nem o Porto se incomodava a desviar jogadores campeões do Benfica. Bastava-lhes seduzir árbitros. Uns poderiam até depositar uns quantos milhares de euros na conta de um qualquer fiscal-de-linha distraído enquanto outros poderiam impor à descarada os produtivos métodos da fruta e do cafezinho com leite.
Mas não. O que querem mesmo é jogadores do clube campeão e o treinador do clube campeão, o que se compreende.
No entanto, confesso que gosto desta fama que o Benfica bi-campeão ganhou. Considero mesmo uma maravilhosa novidade ouvir os nossos rivais utilizar os mesmos argumentos que nós, benfiquistas, utilizávamos quando as coisas corriam ao contrário dos nossos desejos materiais.
Por exemplo, quando o Argel, que tinha passado pelo Porto, chegou ao Benfica e levou o seu primeiro cartão amarelo num dos seus primeiros jogos de águia ao peito, levantou-se imediatamente um coro de inteligentes nas bancadas da Luz:
- Se ainda fosses do Porto não tinhas levado amarelo!
É esta a lógica das emoções no mundo da bola. O reportório é muito escasso e pouco imaginativo no que diz respeito a reclamações e a justificações. Se, outro exemplo, Jorge Jesus falhar no Sporting - como se deseja deste lado da Segunda Circular - ainda vão dizer muitos inteligentes que o Benfica mandou o seu antigo treinador no papel de emissário disfarçado para destruir o Sporting a mando de Luís Filipe Vieira com quem fingiu estar zangado.
As histórias repetem-se e repetem-se e repetem-se.
E é assim que andamos todos entretidos.

Afinal parece que o Jonas já não se vai embora. Era uma pena se fosse porque se trata de um grande artista e de um exímio goleador. Julgo que a receita do sucesso do Benfica na última época se ficou a dever ao eixo Júlio César, num extremo, e Jonas, no extremo oposto.
Os dois veteranos brasileiros deram à equipa de 2014/2015 uma eficácia que chegou a ser posta notoriamente em causa depois da debandada de meia-equipa do lindo triplete de 2013/2014.
Seria um descanso partir para a época de 2015/2016 com o mesmo eixo de sábios no ativo. Júlio César a não deixar os golos entrar e Jonas a meter golos nas balizas dos adversários. Quanto aos demais, logo se verá quem vem e quem vai. Mas estes dois, se for possível, é para deixar estar como está.

Excelente decisão da Liga ao impedir que os jogadores emprestados defrontem os seus clubes emprestadores. Tudo o que é em prol da transparência é bom para o negócio e para toda a gente. A única pessoa que pode ficar triste com esta regra é o Miguel Rosa porque assim, deixa-se de falar dele naquelas duas vezes por ano em que era o jogador mais famoso e mais influente de Portugal.

Leonor Pinhão, in jornal A Bola

Falências e obscenidades

Há poucos anos, havia o clássico escocês Celtic-Glasgow Rangers. Uma espécie de Benfica-Sporting, de lá. Entretanto, os protestantes (Rangers) não conseguiram superar o garrote financeiro e foram declarados insolventes. Foi criado um seu ersatz, que começou por baixo e está agora na 2ª divisão. Assim terminou o (pouco) fascínio de uma liga monopolizada pelos dois rivais de Glasgow.
Agora são mais dois clubes que abrem falência. O Parma, em Itália e o CSKA, na Bulgária. Os italianos de uma cidade da parte rica transalpina chegaram ao fim, depois de gloriosas épocas, mas também de fantasias, tendo ganho uma Taça das Taças, duas Taças UEFA e uma Supertaça Europeia. O clube oriundo do exército búlgaro, crónico campeão, antes temido nas competições europeias, sucumbiu depois de desvarios. 
Por cá, tudo numa boa. Treinador entre os mais bem pagos do planeta, transferências de muitos milhões, contratos inexplicáveis no contexto português e de crise (pelo que li, no caso de Maxi, haverá oferta de valores mensais que são 571 vezes o salário mínimo ou, dito de outra forma, correspondendo o salário mensal do uruguaio a 41 anos de trabalho de uma pessoa com o salário mínimo!), comissões obscenamente exigidas e recebidas por intermediários que fazem de conta que são empresários. 
A festa continua, numa vertigem que se sabe como começa, mas não se conhece como acaba. Certa populaça, que vocifera contra outros ordenados, discorre sobre anormalidade desta apoplexia salarial, imoral e injustificada, alimentada por certos media tão críticos para uns euros e tão acríticos para esta flagrante obscenidade.

Bagão Félix, in jornal A Bola

Di Maria com espinha atravessada

Gloriosos Indefectíveis,

Os nossos nunca se esquecem. Angel Di Maria é um dos nossos. Sempre que fala do Sport Lisboa e Benfica fa-lo com muito carinho e está gravado no meu coração vermelho de indefectível como um dos indefectíveis. Angel Di Maria e Oscar Cardozo têm aí um cantinho especial. Dois jogadores ímpares e inigualáveis.

Ontem, Angel Di Maria (Fideo) concedeu uma Entrevista ao jornal argentino Olé onde aborda assuntos vários, especialmente ligados à selecção alviceleste.

A espinha atravessada na garganta


A meio da entrevista, fala da espinha atravessada na garganta, quando foi impedido de jogar a final do campeonato do mundo de 2014. Uma carta enviada pelo Real Madrid a proibi-lo. Ao receber a carta na véspera do jogo Di Maria rasgou-a e foi falar com o treinador Alejandro Sabella dizendo que estava pronto para jogar mas Sabella deixou-o de fora da convocatória. Angel Di Maria diz que jamais irá esquecer. Será algo que caminhará com ele toda a sua vida.

Eis aqui um extracto da entrevista:

- Por cuánto tiempo vas a maldecir no haber jugado la final del Mundial?
-Toda mi vida. Podemos llegar a otra final del Mundo pero la espina de no haber jugado ésa siempre va a estar. Hice todo para llegar, hasta sufrí para estar.
- Si jugabas te podías romper todo o influyó la carta que envió el Real Madrid metiendo presión?
-No. Se dijeron muchísimas cosas pero la realidad es como me llegó, a la carta la rompí.
- En qué momento fue?
-Llegó el mismo día de la final. Y decía que la Selección Argentina se tenía que hacer cargo de todo lo que me pudiese pasar, porque por esa lesión yo no podía jugar esa final. Me la dio el doctor, la leí y la tiré... Ahí mismo fui a hablar con Don Julio (Grondona). Le pregunté si había algún problema. El me miró y me dijo: “Nene, si vos querés jugar, jugá. Nosotros nos hacemos cargo”. Entonces lo busqué a Alejandro (Sabella) y me puse a disposición. “Si me querés poner, poneme. Hacé lo que sea mejor para el equipo”. Y él decidió lo que le parecía correcto."
in jornal Olé

Angel Di Maria não o menciona, mas poucas dúvidas restarão de que aqui está a razão porque ele quiz sair do Real Madrid. Um jogador cheio de paixão pela sua alviceleste. Um indefectível de que muito me orgulho de ter presenciado a sua magia sobre os relvados da catedral.

Hoje encontra-se em Manchester, subjugado por um treinador sem escrúpulos para quem o génio é nada comparado com o seu ego holandês. Di Maria está ostracizado por jogar muito e bem. Diz Van Gaal que Di Maria joga depressa demais. Esquece-se de esperar pela equipa. Mas Di Maria é grande. É feito da fibra dos maiores. Irá sobreviver a tudo isso e mostrar o jogador ímpar que é.

Para mim é uma honra e um motivo de felicidade porque sou seu vizinho. De Fideo e do Markovic, dois super craques, uma vez que moro entre Manchester e Liverpool. Quem sabe algum dia nos cruzaremos no caminho, hem Di?

Sempre contigo, indefectível Fideo!

Pelo Benfica! Sempre!

Redheart <3

quinta-feira, 25 de junho de 2015

Telma Monteiro - A imperatriz de ouro

Gloriosos Indefectíveis,

A nossa extraordinária imperatriz Telma Monteiro conquistou esta quinta-feira,  nos Jogos Europeus de Baku, mais uma medalha de Ouro na categoria de -57kg.
Na final, Telma Monteiro derrotou por ippon a número 11 do Mundo,  Hedvig Karakas, da Hungria.

O primeiro combate da competição foi perante Jovana Rogic, Sérvia, num combate renhido, vencido por decisão no ponto de ouro por shido.

O segundo combate foi travado perante a holandesa Sanne Verhagen, 3ª classificada no Mundial de 2014 e novamente Telma levou a melhor vencendo por shido tendo no final do combate averbado menos uma advertência que a adversária.

Nas meias-finais, Telma Monteiro derrotou a francesa Automne Pavia nº 7 do ranking mundial, por waza-ari.

Em onze participações nos Campeonatos da Europa, Telma Monteiro conquista assim a sua 11ª medalha. Um pleno que constituí um feito difícil de igualar.

Palmarés invejável da nossa imperatriz que conquista assim o seu quinto título, o terceiro na actual categoria de -57 kg a juntar aos primeiros 2 obtidos na categoria de -52 kg.
2006, 2007, 2009, 2012 e 2015 eis os anos de ouro.

Aqui ficam as declarações de tão bela atleta após mais este feito:

"É especial por muitas razões, são os primeiros Jogos Europeus, conquistar logo uma medalha de ouro, ser Pentacampeã da Europa e ter vindo de uma lesão, sabendo que não estou na minha melhor forma. Tenho muitas razões para me sentir feliz hoje. Mantive-me muito concentrada, muito focada e fui indo combate a combate. Consegui ganhar à holandesa que me ganhou há três semanas no Masters, depois tinha a francesa na meia-final que era provavelmente a minha maior adversaria e uma das principais adversárias nos Jogos Olímpicos. Tinha perdido nas últimas três vezes. Tinha definido uma estratégia nova para vencer e pensei «faço esta estratégia e caio, vou para casa e treino mais, ou vou ganhar». E felizmente consegui ganhar. Sinto-me muito feliz por dar mais uma Medalha para Portugal"

Ainda me recordo como se fosse hoje, quando a Telma em 2003 venceu o ouro, diante da atleta alemã, no campeonato de juniores disputado em Portugal.
Desde então, até hoje, a Telma Monteiro tem-se revelado uma atleta ímpar, com um lugar marcado na história.
A Telma Monteiro merece do povo português o reconhecimento pleno da sua excelência e a sua dedicação e profissionalismo constituem um exemplo para as mulheres e desportistas do nosso país.

É uma honra para o Sport Lisboa e Benfica contar nas suas galerias de notáveis com tamanha imperatriz.

No futuro Hall of Fame do nosso museu Cosme Damião, Telma Monteiro terá de ser figura de destaque!

Muitos parabéns Telma. Nós indefectíveis estaremos eternamente gratos a toda a tua dedicação e todo o teu esforço.

Ficamos todos a torcer para que em 2016 possas trazer para Portugal o tão desejado ouro olímpico. Tu mais do que ninguém o mereces, e nós acreditamos que será possível.

Viva o Benfica! Viva a nossa imperatriz!

Pelo Benfica! Sempre!

Redhdart <3