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terça-feira, 30 de junho de 2015

A autonomia de Vitória

"Já ficou claro que esta época marcará uma ruptura face ao Benfica dos anos anteriores. Há um par de dimensões em que os sinais de mudança são, aliás, visíveis: na forma como treinador se vai integrar na organização e no aproveitamento da formação feita no Seixal. Mas se é preciso que alguma coisa mude para que se mantenha a dinâmica vencedora, é fundamental que se preserve parte importante do legado.
Desde logo manter uma ideia de jogo assertiva. Se olharmos retrospectivamente, a marca deixada por Jesus é a nota artística, mas a diferença mais duradoura é inequivocamente uma alteração na atitude com que o Glorioso passou a enfrentar os jogos. Com consequências: hoje, quem joga com o Benfica joga para não perder. Na Luz, mas, também nos jogos fora. Para que o Benfica continue a ser uma equipa temida, é preciso preservar uma ideia de jogo ofensiva.
Tão importante como ter um modelo coerente com a natureza ganhadora do Benfica, é Rui Vitória, à imagem do que aconteceu com Jesus, preservar uma autonomia total para impor o seu sistema. A questão não é de somenos. Depois de Jesus ter concentrado muito poder e de ter tido uma margem de manobra significativa para decidir (quase) tudo (o que teve, aliás, também custos - vide o não-aproveitamento do Bernardo), é tentador para o novo treinador procurar auscultar as várias sensibilidade da estrutura antes de decidir. Seria um erro tremendo. Se, por força das circunstâncias, as decisões de Rui Vitória passarem a ser uma espécie de federação de opiniões, o Benfica está condenado a falhar.
Quando se fala da necessidade de Rui Vitória ter as mesmas condições de Jesus, é bom que se tenha presente que não basta ter jogadores com igual qualidade. Tem também de lhe dar garantida a autonomia e a capacidade de decidir a seu bel-prazer de que Jesus gozou."

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