Últimas indefectivações

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Campeões sem espinhos

"Portugal: finalmente um título mundial sénior da FIFA, no 101º ano da FPF. Começo, pois, por felicitar os atletas, técnicos e dirigentes pelo Campeonato do Mundo de Futebol de Praia. Não esquecendo a excelente organização e o entusiástico público.
Dirão alguns, depreciativamente, que foi um título sobre a areia, não sobre a relva ou mesmo sobre a madeira do futsal. No futebol, costumamos criticar um qualquer jogador por ser um 'brinca-na-areia'. Na areia, enaltecemos um praticante por nela tentar jogar como se fosse num relvado, O certo é que é um ceptro mundial oficial, tão invulgar, quanto saborosamente curricular. Vencemos numa inédita e curiosa final: contra Taiti da Polinésia Francesa, cujos jogadores estão sempre virados para a praia, num território de 180 mil habitantes.
Pelo caminho ficaram o antes crónico campeão, Brasil e o bicampeão ora destronado, a Rússia. Se quanto ao primeiro é óbvia a explicação dos anteriores sucessos, quanto aos russos dou comigo a pensar onde treinam, talvez na neve fofa. Por falar em areia, a de Espinho é boa e não movediça. Não se construíram castelos na areia, nem se mandou areia para os olhos de alguém, situações que se sucedem no futebol de onze. E os novos campeões nunca meteram a cabeça na areia, antes a levantaram com golos e taça. Não é que eu goste de areia. Recordo-me quando escolhíamos o 'campo', tinha de ser areia molhada e rija, e quão brutal era o esforço para jogar em areia solta. Era muita areia para a minha camioneta.
Pena a cronometragem não ser feita por ampulhetas ou relógios de areia. Sou há muito seu coleccionador, Não irá haver uma prova dedicada a este troféu?"

Bagão Félix, in A Bola

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