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sábado, 29 de agosto de 2015

Que achar de Bruno? É bestial ou besta?

"Bruno excede-se nas ameaças, nas acusações, nas subjectividades. Em matéria de verbo não condescende nem transige. Mas terá razão?

No futebol, e não apenas na classe dos treinadores, os protagonistas são divididos, sem preocupações ou remorsos, em duas categorias: há os bestiais e há as bestas. Trata-se duma visão obviamente básica, na maioria dos casos sem outra razão que não seja a ausência de razão e o sobejo duma intuição alucinada. Esta realidade torna-se mais evidente quando alguém foge da normalidade vigente ou da previsibilidade e entra numa marginalidade de discursos e comportamentos. E o caso do presidente do Sporting, Bruno de Carvalho.
Para alguns sportinguistas Bruno é o messias que anuncia a boa nova dum clube que não se resigna às injustiças do mundo e às aberrações das satânicas gentes que dominam o futebol. Porém, para quase todos os outros Bruno é apenas um Maquiavel renascido, um Belzebu regressado, um bruto e um desmiolado com incontida sede de protagonismo.
Devo dizer que, depois das últimas cintilantes actuações do presidente do Sporting, cresceu o número de opositores, na razão directa do aumento da fé fecunda dos seus fiéis seguidores.
Bruno excede-se nas ameaças, nas acusações, nas subjectividade. Bruno excede-se, sobretudo, na forma de dizer e de escrever a um povo imaginário, como se fosse um líder revolucionário na plena coragem da subversão. Por isso fala em trampa com a humildade intelectual de quem quer que todos o entendam e, por isso, baixa o nível da proclamação. Poderia dizer que o mundo do futebol é fétido, que o reino está tão podre como o da antiga Dinamarca. Mas Bruno, em matéria de verbo, não concede nem transige. Os moralistas ficam vermelhos de vergonha, os conservadores ficam amarelos de indignação, os opositores ficam verdes de raiva e os adversários ficam azuis de inclemência.
É manifesto que Bruno não é um homem ponderado.
Mas o problema maior é o de saber se, apesar de Bruno ser o que é ou o que finge ser, tem razão. Do ponto de vista formal, quando fala dos malefícios da arbitragem, é verdade que o Sporting tem sido prejudicado. Particularmente na Europa, onde tem sido tão regularmente prejudicado que nos pode levar à conclusão de que se trata mais dum castigo premeditado que dum acaso de mera circunstância. E, se assim for - o que é muito provável que seja -, remete-nos para uma primeira e indiscutível realidade: quem não tem força nem notoriedade melhor será que tenha uma estratégia de luta. Dar o peito às balas, quando a armadura é a pele do corpo, não é coragem, é suicídio.
Sinceramente, não me choca a brutalidade (não confundir com frontalidade) discursiva de Bruno de Carvalho, apesar de o presidente do Sporting fazer os possíveis e os impossíveis por chocar tudo e todos. Apenas lamento que tanta e tão fulgurante energia seja desperdiçada sem qualquer préstimo ou resultado notável.
Temo, no entanto, que o Sporting continue a ser um alvo demasiado exposto e demasiado vulnerável e a única coisa que não entendo é que Bruno de Carvalho não se preocupe com isso, sabendo, como terá de saber, que não é ele próprio, enquanto mero cidadão, que estará em causa, mas a instituição que diz defender com espada em riste, mas deixando-a à mercê dos canhões inimigos.
Eu sei que há quem pense que a gritaria é apenas um modo de diversão para evitar a discussão de factos negativos. Há mesmo quem diga que é uma maneira inteligente de fazer a defesa dum treinador que estaria, agora, em posição de ser atacado. Seja como for é perigoso. As pessoas podem vir, apenas, a achá-lo louco."

Vítor Serpa, in A Bola

5 comentários:

  1. serpa do croquete......um cretino a escrever, da personalidade de outro cretino.....

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  2. Glorioso abidos, desculpa lá, mas arrepelo-me todo quando expões um post do seboso serpa da bolha. Nem consigo ler e conspurca o teu fantástico blog...

    Viva o Benfica!

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  3. Entre dois imbecis nada há a espantar.

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  4. Admito, que ao ler esta crónica, fiquei com dúvidas se o devia postar... Mas as últimas 2 frases, ajudaram-me a decidir:
    «...Seja como for é perigoso. As pessoas podem vir, apenas, a achá-lo louco.»
    Creio que esta constatação, responde à pergunta inicial do Croquete:
    Bestial ou Besta?!
    Besta, obviamente...

    Abraços

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