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quinta-feira, 12 de novembro de 2015

Mudança de cores

"Hoje falo de cores. No desporto, onde elas sinalizam história, respeitam memórias (embora menos) e andam de braço dado com o merchandising em danças coloridas, nem sempre compreensíveis à luz da tradição que lhes deveria estar implícita.
A evolução das cores vai sendo sensível às modas, à mudança compulsiva, à globalização até. Camões, nos seus Sonetos, falou da mudança. Quase apetece adaptar os primeiros versos, dizendo:
Mudam-se os tempos,
mudam-se as vontades,
Muda-se o ser,
muda-se a confiança:
Toda a cor é composta
de mudança,
Tomando sempre novas
qualidades.
Quem, há poucos anos, imaginaria equipamentos com algumas das 212 cores que a Wikipedia assinala, mesmo assim uma amostra na infinitude de tons, intensidades, parceiras ou incestos coloridos?
No desporto português, três cores sobressaem, como é óbvio: duas são compostas: o azul-e-branco e o verde-e-branco. A terceira é o inigualável encarnado, eufemismo para que, outrora, os benfiquistas não fossem todos chamados de comunistas e que hoje serve para distinguir a região de onde se é natural: encarnado para o lisboeta, vermelho para parte do país.
Ora, é a propósito do encarnado benfiquista que termino esta crónica. É que há uma situação (colorida) que me faz confusão. Todas as modalidades têm a sua camisola com o bem vivo vermelho (tão próprio que o distingue de outros, como os do Liverpool, Man United, Arsenal, Bayern, etc.). Excepto o basquetebol que usa uma cor algo indefinida entre o vermelho do SLB e o grená, uma espécie de vermelho mais tinto. Estranho... Porque será? Gostaria de saber a resposta."

Bagão Félix, in A Bola

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