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quinta-feira, 3 de dezembro de 2015

Enciclopédia do ludopédio

"O que não falta por cá são programas televisivos sobre desporto. Melhor dizendo, sobre ludopédio, vulgo futebol, que tudo domina. De tal sorte que canais noticiosos mais parecem canais de futebol. Tudo se discute ou, se nada houver para discutir, tudo se fabrica para gáudio das audiências amantes da balbúrdia, do fanatismo, do sangue. Há programas todos os dias: ou para antes, ou para conferências excitantes, ou para o depois. Verdade seja dita que nem todos são iguais, pois em alguns aprende-se com pessoas que sabem de futebol mais do que o comum mortal.
Vem isto a propósito de um programa desportivo que se iniciou na RTP3 e que é uma delícia. Refiro-me à Grandiosa Enciclopédia do Ludopédio, apresentada por Carlos Albuquerque e com Rui Miguel Tovar e João Nuno Coelho. É, de facto, um programa alternativo sobre futebol, uma espécie de insurreição contra a norma. Ou, como se diz - e bem - na apresentação do programa, é «um dicionário da tribo da bola, com histórias diferentes dentro e fora das quatro linhas».
Rui Miguel Tovar e João Nuno Coelho fazem da memória e do estudo uma verdadeira enciclopédia, tão gostosa de ouvir, como cativante para recordar. Com simplicidade, empatia, sabedoria e naturalidade. Vale a pena sairmos do circulo infernal, do quotidiano deste nosso futebol feito de casos, casinhos e similares e mergulhar na magia do que fica depois da poeira do tempo. Futebol e vida de mãos dadas.
Desaparecida a excelente Liga dos últimos, eis que temos esta oportunidade de serviço público, que está bem para além das aparências do dia-a-dia desportivo. Ao sábado à tarde."

Bagão Félix, in A Bola

PS: Só é pena que um dos principais intervenientes, auto-proclamado um dos grandes 'historiadores' do Futebol português, José Nuno Coelho, seja um daqueles que defende a mentira do Benfica ter sido  o Clube do Regime...!!!

3 comentários:

  1. os batraquios verdes sempre foram do clube do sistema basta ver quem era a gente toda da PIDE naquela altura
    O Estado Novo teve início em 1926 e começou a desintegrar-se em 1961 com as crises estudantis e a guerra colonial. Pois foi precisamente na fase decadente do antigo regime que o Benfica emergiu como força dominante do desporto português.
    Nos primeiros vinte e cinco campeonatos nacionais (entre 1934 e 1959, ou seja o período mais relevante do Salazarismo), a lista de vencedores é encabeçada pelo Sporting com 10 títulos, seguindo-se o Benfica com 9, o F.C.Porto com 5 e o Belenenses com 1. O Benfica tinha portanto vencido 36 % dos campeonatos – em 2008 tem 42%...

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  2. A afirmação é tão absurda que não mereceria mais que o silêncio. Mas ainda assim, não gostaria de perder a oportunidade de deixar aqui algumas notas, para que os mais novos não se deixem enganar, e a partir das quais se pode ver o ridículo em que caem aqueles que, por fraqueza de espírito, ingenuidade ou ignorância, se deixam manipular e fanatizar por quem deles se serve e assim perpetua um poder bem mais absoluto do que devia, e para o qual a ética e a justiça estão, não na ponta da espingarda como diria Mao-Tse-Tung, mas sim numa qualquer comemoração triunfante na Alameda das Antas. Vejamos:

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  3. O 25 de Abril foi, como todos sabem, em 1974. Pois nas três épocas seguintes o Benfica foi tri-campeão !. Nos vinte anos a seguir à revolução o clube da Luz, não parecendo sentir nada o fim da ditadura, venceu 10 campeonatos, 7 taças, e foi a 3 finais europeias. No mesmo período o F.C.Porto conquistou 8 campeonatos, 5 taças e foi a 2 finais europeias. O Sporting venceu 2 campeonatos e 2 taças.
    A crise benfiquista, e a consequente hegemonia portista, deu-se apenas devido às sucessivas má gestões de Jorge de Brito (neste caso mais de quem o acompanhava), e sobretudo, Manuel Damásio e Vale e Azevedo que, paralelamente a outros aspectos, abriram campo aos triunfos portistas das últimas decadas.

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