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quinta-feira, 17 de março de 2016

Já só faltam 8 finais (mas ainda faltam 8 finais)

"Contra o Zenit da Gazprom que muitos consideravam inultrapassável...

Depois de cumprida, com a tranquilidade e o empenho habituais, a nossa obrigação no jogo com o Tondela, passaram a faltar oito finais. Apenas oito finais, mas ainda oito finais. Tão perto, se continuarmos assim, com a humildade e a força de sempre; ou tão longe, se - como outros, antes - nos deslumbrarmos e deixarmos que nos queimem as asas, qual Ícaro a fugir do labirinto do Minotauro, de Creta.

Não à euforia
O próximo jogo será, por certo, o mais difícil da época. Como o próximo, ultrapassado esse, passará a ser o mais difícil e assim sucessivamente até conseguirmos o que todos queremos. Não podemos, por isso, cair em situações de uma euforia desmedida.
Antes, temos de ter os pés bem assentes na terra, ainda que isso possa coexistir com contentamento evidente e exteriorizado pelos resultados que temos vindo a alcançar nas provas que ainda disputamos. Com a certeza de que ainda não ganhámos nada. Ainda!
A nossa luta é semanal, jornada após jornada, com a capacidade de sacrifício e o esforço necessários, sem esquecer - nunca é de mais realçar - a grande humildade que, nos sendo inerente, faz os campeões. Por nós, só queremos ganhar. À Benfica!

Na Liga dos Campeões... mesmo contra a Gazprom
Na Liga dos Campeões, com um discurso realista, conseguimos eliminar o «todo poderoso» e «temível» Zenit da Gazprom.
A mesma Gazprom que outros invocaram como força inultrapassável que «impediu», no princípio da época, a eliminação do CSKA... Nem percebem o ridículo em que caem com a ânsia de justificarem tanto insucesso...
Mas, como dos fracos não reza a História, depois da passagem aos quartos de final, a sorte do sorteio poderá levar-nos a continuar a sonhar. Não sei se, esta época, para chegar a Milão. Mas haveremos de lá chegar... e ganhar! Um sonho que nem é desmedido, nem descabido. Até porque o «sonho comanda a vida».
E neste ou num dos próximos anos, com a tranquilidade de quem foi capaz de fazer esta revolução tranquila, com a capacidade de - herdando-a - a poder continuar, com pequenos ajustamentos, haverá um dia na Liga dos Campeões que, no Benfica, se poderá dizer com razão... quem vier morre! Sem medos e sem entraves, à Benfica!
Porque faltará apenas - e mais do que «cumprir-se Portugal», como diria o poeta - cumprir o sonho europeu...
Deixem-nos sonhar!
Vocês são minhas testemunhas.
Há muito que acredito ser possível ganharmos a Liga dos Campeões. Chamem-me o que quiserem, mas é a minha convicção! E um dia cumprirei, cumpriremos esse sonho.

Domingo... todos ao Bessa
No campeonato nacional, cuja conquista é, naturalmente, um objectivo definido todas as épocas, após a mais recente vitória frente ao Tondela - a tal 9.ª final - concentremo-nos, agora, na final que se segue... a oitava, frente ao Boavista.
Eu sei que, no Benfica, essa aposta no título nacional não pode significar alguma eventual abdicação de outra competição - como só os treinadores menos ambiciosos, diria, e menos crentes nas competências que dizem ter, o assumem... e, mais grave ainda, o fazem - mas esse é, claramente, o nosso primeiro objectivo (apesar de não ser o único, como o é para outros).
Por isso, máximo respeito e total empenho no jogo do Bessa. Contra um Boavista que, não obstante as dificuldades desportivas, sobretudo, que tem atravessado ao longo desta época, luta pela manutenção (merecida, pelo seu estatuto e pela sua história).
Não será um jogo certamente fácil, mas a determinação, a raça e o querer que esta equipa do Benfica, goste-se ou não, tem demonstrado, ao longo do campeonato, bem como a cada vez maior consistência do seu jogo, e da assimilação das ideias de Rui Vitória, ajudar-nos-ão a ultrapassar mais uma final. Perante um Boavista lutador, num terreno reconhecidamente difícil, mas que, também ele, será alvo de mais uma onda vermelha, ou de mais uma demonstração do inesgotável apoio de que a equipa tem tido. De facto, «inigualável massa associativa», como diria o inesquecível Bélla Guttmann, que não me canso de citar.
Seja onde for!
Com a certeza de que domingo o Porto será novamente pintado de vermelho! Relembrando também, um pouco, a última jornada do campeonato de 2004/05, em que fomos campeões, num idêntico Boavista-Benfica, em pleno Bessa (onde estive, claro, nas bancadas, fazendo parte, como tantas outras vezes, dessa onda vermelha), onze anos após a anterior conquista do título nacional, perante a nossa gente. Dessa época resta-nos apenas, no plantel, o capitão Luisão, e uma grande lição de união. Regressamos agora ao Bessa, não na última jornada, mas numa igualmente importante batalha.
Sem que nos deixemos afectar por algumas manobras dilatórias ou por mesquinhas (mas sucessivas) campanhas, que não passam de tentativas de desestabilização.
Porque, de facto, o que não nos mata torna-nos mais fortes e juntos ultrapassaremos essas manobras de diversão, em que os meios justificam os fins, numa inversão da lógica maquiavélica (os «homens» bem lêem, mas não percebem...)

Os cães ladram... e a caravana passa
Estou certo, por isso, que domingo, no Bessa, assistiremos a mais uma exibição exemplar, com mérito, dignidade, respeito pelo adversário e, acima de tudo, muita competência. Estou ainda certo de que longe vão os tempos em que as rectas finais do campeonato significavam alguma instabilidade nos resultados e que se traduziam em constantes ai Jesus.
Não ligando a campanhas inventadas, de um nível tão baixo, tão baixo, que só são comparáveis ao nível de quem as imagina e lhes dá corpo.
Contra o desespero, a falta de nível e a calúnia, responderemos com a superioridade moral de nunca termos sido protagonistas de Apitos Dourados, nem termos dirigentes com pistolas em cima da mesa em reuniões do clube.
Por isso somos diferentes!
A tudo isso, acresce - hoje - o facto de termos a vantagem de estarmos mais unidos do que nunca, numa sintoma perfeita entre jogadores e treinador.
Como eu já tinha saudades disso! Porque, isso sim, é o Benfica!
E a esse propósito, uma palavra de grande apreço para o treinador Rui Vitória que, sendo gente de bem e com muita preparação, mesmo para além do futebol («quem só sabe de futebol, não percebe nada de futebol», não é professor Manuel Sérgio?), tem um discurso à Benfica, protegendo, de forma exemplar, os seus jogadores.
Uma vitória no domingo - bem como uma vitória final - será tanto do treinador como dos jogadores, como ainda dos dirigentes e de todos e de cada um de nós sócios, adeptos e simpatizantes.
Como sempre foi suposto!
Ninguém para este Benfica, pelo que, com a união e o espírito de sacrifício exigíveis, seremos novamente felizes no Bessa, rumo ao tricampeonato! Porque, todos queremos dar voz e ver concretizado o cântico... Benfica, dá-me o 35!
Vamos a isso?"

Rui Gomes da Silva, in A Bola

1 comentário:

  1. Pelo menos 90 golos até ao final do campeonato. 100 já será bem mais difícil mas não impossível.
    Mas eu sei. Nada de euforias. O que interessa são os três pontos. :D

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