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sexta-feira, 13 de janeiro de 2017

A importância das segundas linhas

"A composição de um plantel vasto, rico em soluções de qualidade para todas as posições, é um pormenor decisivo para uma equipa encarar o calendário competitivo.

Esta semana, o duplo confronto entre V. Guimarães e Benfica demonstrou a importância que tem o planeamento de toda uma época desportiva para um clube de futebol. Na partida a contar para a Taça da Liga, os encarnados alinharam com algumas segundas linhas do plantel, sem que isso tenha afectado o rendimento da equipa. A composição de um plantel vasto, rico em soluções de qualidade para todas as posições, é um pormenor decisivo para que uma formação esteja preparada para encarar o calendário competitivo.
Ao longo da temporada, o Benfica tem dado mostras de ter conseguido lidar bem com a falta de vários elementos nucleares do seu plantel por motivo de lesão. Esta é possivelmente a grande diferença e a principal vantagem que as águias apresentam em relação aos principais adversários, FC Porto e Sporting, que em determinadas posições do terreno não dispõem do mesmo número de soluções de qualidade, em função dos desequilíbrios existentes na composição das equipas. Dragões e leões denotam mais dificuldades em lidar com a ausência de determinados jogadores.
Para resolver este tipo de problemas, a pré-época assume-se um momento nuclear. A par do treino e preparação física, é vital assegurar dois jogadores de igual valia por posição, recorrer aos melhores talentos da equipa secundária e (tentar) 'antecipar o futuro'. Deste modo, aumenta-se a competitividade interna, reforça-se a ambição dos jovens jogadores formados pelo clube e começa-se a potenciar activos que vão substituir jogadores titulares cuja venda seja prioritária a médio prazo.
No fundo, é muito melhor que o substituto já se encontre adaptado no plantel, do que encontrar alguém novo para o lugar do atleta que sai no momento da venda. Esta cobertura permite ao clube gerir com maior tranquilidade a saída de 2/3 jogadores importantes, sabendo que o rendimento da equipa não será afectado de forma drástica.
Como dizia Rui Vitória esta semana, 'os jogadores gostam mais de jogar do que treinar'. E, em boa verdade, é nos picos competitivos do calendário, onde existem mais jogos e provas para disputar, que têm essa possibilidade, sejam eles titulares ou segundas linhas. A estratégia passa, acima de tudo, por uma boa preparação física dos atletas e controlo dos picos de forma, de modo a conseguir gerir esses momentos recorrendo às várias opções existentes. Num plantel com vários titulares, a resposta às adversidades é maior.
Com menos jogadores do mesmo nível para responder ao exigente calendário, aumenta o desgaste dos principais jogadores e o seu rendimento pode acabar por nem sempre ser o expectável. Isso obriga a olhar para os momentos de abertura de mercado de forma reactiva, para preencher as lacunas do plantel. A prospecção nesta fase fica limitada pelos compromissos financeiros que a equipa já tiver e obriga a ser-se ainda mais criterioso nas escolhas.
Há outras questões que influenciam tanto ou mais o êxito desportivo. A observação e conhecimento profundo dos adversários, o trabalho da equipa técnica ao longo da semana, uma liderança forte do departamento de futebol e a criação de um bom ambiente entre adeptos, treinadores e dirigentes. Contudo, sem matéria-prima não se fazem campeões. Nem sempre ganha quem tem o melhor plantel (o Benfica de Jesus no ano do minuto 92 e o FC Porto do primeiro ano de Lopetegui são exemplos recentes), mas é sem dúvida um dos passos mais importantes para lá chegar.
(...)"

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