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quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Análise ao Benfica

"Qualidade do plantel (como tantos meninos vão crescendo!). Qualidade de treino ('vide' adaptações na forma de atacar). E Jonas, preciso até na ajuda a... Pizzi.

Impressionante a forma - primorosa segurança, largos nacos de intenso brilho - como o Benfica arrancou duas vitórias em Guimarães (preciosas, face ao grau de dificuldade no território da actual 5.ª melhor equipa do campeonato, apenas a 3 pontos de Sporting e SC Braga).
Especialmente impressionante o 2.º jogo, decidindo passo em frente na Taça da Liga. Porque Rui Vitória teve audácia de escolher um onze com nada menos de 8(!) não titulares no despique de 3 dias antes (e só Fejsa impossibilitado por lesão). Até parecia não se importar se seguir Nuno Espírito Santo e Jorge Jesus no KO nesta competição...
Surpresa: a reserva benfiquista reforçada com Pizzi e os defesas laterais Nélson Semedo e André Almeida, estes porque, neste momento, não há outros... - impôs-se quiçá ainda mais categoricamente do que fizera a primeira linha. Dois enormes méritos ressaltam...
1 - Qualidade do plantel. Sem Luisão-Lindelof, entra dupla Lisandro-Jardel. Sem Fejsa, surge Samaris. Sem quarteto ofensivo Salvio-Mitrolgou-Jonas-Cervi (e sem Jiménez, lesionado...), segue o baile com Zivkovic-Gonçalo Guedes-Rafa-Carrillo. E os meninos (8!) continuam a crescer com forte ímpeto. Gonçalo Guedes, Zivkovic, Rafa como Ederson, Nélson Semedo, Lindelof, Cervi - mais Grimaldo, agora em longa baixa clínica, e André Horta, recém-regressado de lesão. Sim, trabalho de base impressionante.
2 - Qualidade de treino (e de global fortíssima motivação - à qual só Carrillo dá ideia de escapar, parecendo intruso, ou peixe muito dificilmente sobrevivendo em pouca água, embora um pouco menos asfixiado em Guimarães). Qualidade de treino porque, jogue quem jogar - e, desta vez, houve enorme abuso de alterações - o Benfica mantém rotinas, segurança, ritmo, capacidade de vencer. Numa equipa que, tão estranhamente, diga-se!, soma mais de 30 lesões em meia temporada, é obra admirável! Qualidade de treino, até vincando rápida adaptação a diferente forma de atacar. Jogar Mitrolgou, muito fixo na grande área, ou jogar Jiménez, sempre a mover-se para outras zonas. Ainda mais evidente mérito: nesta temporada, Rui Vitória já esteve sem os três goleadores de zona central, Jonas-Mitrolgou-Jiménez, em simultâneo!; ultrapassou tal problemão com novatas duplas Gonçalo Guedes-Cervi e Gonçalo Guedes-Rafa.
Benfica também sem Salvio, lesionado, tem sido muito frequente... Foque-se resultados de FC Porto sem André Silva-Diogo Jota-Brahimi- Imagine-se Sporting sem Gélson-Bryan Ruiz-Campbell-Bas Dost... (nunca aconteceu).

Tricampeão e folgado líder. Imparável? Não. Houve jogos em que fraquejou e teve de apelar a protectora 'estrelinha': face a FC Porto, no Dragão, e Sporting, na Luz (sem 'estrelinha', duas derrotas com o Nápoles). Mesmo aí, perante os seus grandes rivais nacionais - estando estes 'obrigados' a ganhar -, Benfica rigoroso na decisão de ser... pragmático. Sabendo defender e camuflando, pior ou melhor, o seu notório calcanhar de Aquiles: meio-campo, quando muito fortemente pressionado (FC Porto tem panóplia de argumentos na linha média; Sporting, com William Carvalho e Adrien, campeões da Europa, chega a ser caso muitíssimo sério... quando engrena; as alternativas é que são fracas... - e daí vários fiascos). No plantel benfiquista, evidente carência de médios todo-o-terreno. Fejsa, ou Samaris, defendem. Celis e Danilo, também defensivos, não pegam (reciclagem de Danilo para n.º 8 parece-me possível, mas está muito demorada). Menino André Horta estava adaptando-se a recuo para n.º 8 quando se lesionou. Atacar/defender fica exclusivo de Pizzi, o jogador do Benfica mais versátil - e muito - tacticamente. As saídas para ataque, na zona central, dependem imenso dele. Quando o adversário é poderoso e sabe bloquear Pizzi, a equipa engasga-se, apelando a resistência na organização... defensiva.
Atenção: regresso de Jonas, se em pleno, importantíssimo na capacidade de finalização para golo, não menos importante é na solidez de construção ofensiva sem as tais engasgadelas quando o adversário muito pressiona no meio campo. Jonas, segundo ponta de lança que sabe ser condutor como n.º 10 sem rápida perda da bola, é o parceiro de que Pizzi necessita para não ficar quase isolado na batuta da linha média nos confrontos mais escaldantes."

Santos Neves, in A Bola

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