Últimas indefectivações

sexta-feira, 21 de abril de 2017

António Silva Gomes (1937-2017)


"De modo inesperado, e quando cumpria uma antiga promessa de levar dois dos seus netos a um cruzeiro no Mediterrâneo, faleceu no passado dia 10 de Abril, António Augusto da Silva Gomes, que integrou os órgãos sociais do Sport Lisboa e Benfica nas direcções de Manuel Damásio e de Manuel Vilarinho, como vice-presidente para o markting e administrador da SAD. Conheci-o de perto há mais de cinquenta anos por ter entrada na minha família, através do seu casamento com a minha prima Maria Luísa.
Com ele partilhei também, no que toca à nossa vida profissional, vinte e cinco anos de colaboração próxima na McCann Erikson Portugal, que liderou com brilhantismo elevando-a a líder inquestionável do mercado publicitário nacional, a partir da expansão de uma pequena agência de que era sócio e que em 1980 foi adquirida multinacional.
Acontece que um dos factores que consolidaram a nossa grande amizade foi a faceta de benfiquistas praticantes desde a mítica década de sessenta, em que o Glorioso atingiu o seu prestígio de dimensão europeia e mundial.
A sua militância benfiquista foi ao ponto de criar um ritual apropriado aos jogos no velho Estádio da Luz, juntado em sua casa um grupo alargado de amigos benfiquistas para almoços por ele preparados, a que se seguia a caminhada a pé até à antiga Catedral.
Sobre ele já escrevi que, avultando no seu perfil profissional as características de notável estratega e criativo, o seu lado humano revelava um líder exigente mas sem nunca deixar de ser um coração grande, bondoso e generoso, sempre servido por um inconfundível sentido de humor. A sua família nuclear não podia deixar de ser toda benfiquista - a Milu, os filhos Rodrigo e Renata, os seus netos Matilde, Manuel, Leonor, António e Vasco - e atravessa agora a for enorme de o ver desaparecer de forma tão brusca.
Também os seus amigos, e eram tantos, grande parte antigos colaboradores no grupo empresarial a que presidiu e onde desde há muito praticava uma política de afectos, sentem a sua perda com profunda mágoa e tristeza.
Mas o Sport Lisboa e Benfica e a alma benfiquista ficam privados não apenas de um sócio cinquentenário e de um antigo dirigente de destacada qualidade, mas de alguém que num momento da história recente do Clube, em que estivemos à beira do abismo, teve um papel de relevo ímpar, que alguns poderão desconhecer, na campanha que conduziu Manuel Vilarinho à presidência e à regeneração do nosso emblema.
Que Deus o guarde no lugar que merece no Céu, em paz e eterno descanso de uma vida cheia de amor ao Benfica."

João Loureiro, in O Benfica

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