A lei do mercado

"O futebol português pode não ser (bem, não é mesmo) o mais competitivo da Europa. Podemos até dizer muitas vezes que os jogos são fracos. Pouco emotivos. Que se joga muito mais fora das quatro linhas o que lá dentro. Talvez seja tudo verdade. Mas lá fora o futebol português é visto de outra forma. Graças sobretudo aos jogadores, que de cá continuam a sair por números estratosféricos. Ontem foi André Silva (FC Porto), antes Ederson e Lindelof (Benfica, amanhã, muito provavelmente, Gelson Martins (Sporting). E muitos outros, mais ou menos jovens, se seguirão nas próximas semanas. Enquanto andamos distraídos com fait-divers, os tubarões da Europa rondam, atentos, à espera de se alimentarem com o talento que por cá desponta. Deixam muito dinheiro. Valha-nos isso. Porque não podemos fazer nada para lhes fugir.

É esta a realidade dos clubes portugueses - mesmo os chamados grandes -, incapazes de ombrear a nível financeiro com os - esses sim verdadeiramente grandes - gigantes do futebol europeu. Será altura de todos, mesmo os mais românticos, sermos realistas: aos principais emblemas lusos cabe a tarefa de formar - ou descobrir ainda jovens - talentos, aproveitá-los e ganhar o máximo de dinheiro com eles. Não é uma visão mercantilista. É a lei do mercado. Porque vai chegar uma altura em que, mesmo que os queiram segurar (e isso não é assim tão líquido), eles vão preferir mudar-se para Milão, Manchester, Madrid, Munique, Paris ou Barcelona. Tal como, por cá, todos querem chegar à Luz, a Alvalade ou ao Dragão. É, também, a lei do mais forte. E por muito fortes que sejamos, há sempre alguém mais forte do que nós."

Ricardo Quaresma, in A Bola

PS: Tudo isto, é mais ou menos verdade, expecto, a suposta cobiça dos 'gigantes' Europeus, nos três 'grandes' portugueses: porque vender regularmente aos principais Clubes que lutam pela Champions, como o Benfica tem feito... e os Corruptos principalmente ao Real... não é mesma coisa, do que vender jogadores a Clubes que lutam pela presença na Liga Europa!!!