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sábado, 8 de julho de 2017

Ou é bola ou é pirâmide, decidam-se, por favor

"O futebol português tem destas singularidades que não acontecem por acaso, antes são os efeitos das singularidades dos homens que o dirigem desde sempre.

Por Gilberto Madaíl, o presidente da FPF que trouxe para o nosso país a fase final de um Campeonato da Europa e que também foi presidente da direcção do Sport Clube Beira-Mar e da Associação de Futebol de Aveiro ainda governador civil do distrito de Aveiro, por Gilberto Madaíl, dizíamos, terão os aveirenses a gratidão de uma eterna dívida pela construção daquele curioso estádio de futebol estreado no ano de 2004 e que, objectivamente, não serve para nada. Não foi, certamente, construído com o fim exclusivo de albergar a cada Agosto o jogo decisivo da Supertaça Cândido de Oliveira porque, se assim fosse, que demência seria erguer um mastodonte para uma noite de ocupação anual.
O futebol português tem destas singularidades que não acontecem por acaso, antes são os efeitos práticos das singularidades dos homens que o dirigem desde sempre. Gilberto Madaíl, uma figura bem simpática como tantas outras, entretanto já retirado das altas lides que abrilhantam o seu currículo de homem público, foi chamado recentemente a dar a sua opinião sobre o alegado caso dos alegados e-mails alegadamente surripiados e, mais uma vez, surpreendeu a opinião pública com uma construção - neste caso, a de uma ideia através da construção de uma frase - que é quase uma singularidade tão espampanante como a da existência física do já mencionado recinto aveirense fincado ao chão desde 2004.
Entende Madaíl que o teor das comunicações informáticas do Porto Canal 'é uma bola de neve e se se deixar enrolar vai-se transformar num icebergue'. Tal como, em 2004, ninguém foi suficientemente curioso ou astuto para perguntar à entidade organizadora do Campeonato da Europa de futebol qual era a necessidade de construir um estádio em Aveiro, também em 2017 ninguém se mostrou suficientemente intrigado para perguntar ao antigo presidente da Federação como é que uma bola de neve a rolar, a rolar e a rolar, de tão redonda que fica depois de tanto 'enrolar' porque que rara Lei da Física se pode alguma vez transformar-se na figura triangular de um icebergue. São estes os mistérios insondáveis do nosso futebol e, infelizmente, não há explicação que lhes assente tão bem como assenta um velho e fiável tijolo redondo numa base vagamente piramidal de argamassa.
Entretanto,o actual presidente da FPF proibiu os elementos dos órgãos sociais do organismo a que preside de solicitar borlas para a bola. Fica-lhes ainda regulamentarmente interdito aceitar convites ou 'qualquer tipo de ofertas' que lhes cheguem por via dos clubes. Trata-se de uma boa medida profilática. É evidente que Fernando Gomes, que já viu tantas coisas, não quer ver mais nada. Não quer ver mais uma bola de neve do futebol português 'a enrolar, a enrolar' ao ponto de se transformar sabe-se lá em quê."

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