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sexta-feira, 18 de agosto de 2017

(Des)valorizar

"Jogar num estádio repleto de espectadores, mesmo que a esmagadora maioria sejam adeptos da equipa adversária, sentir esse ambiente fantástico, efectuar um desarme, sair com a bola, lançar um colega, sentir todas essas emoções é algo de fantástico, único e sendo, a primeira vez, inesquecível. Valorizar esta experiência faz parte do processo de crescimento de um jovem jogador, como de uma equipa. Não é mais um jogo, é um jogo marcante de uma vida. Muitos só têm essa vivência ao fim de vários anos de carreira.
Quem, pelo contrário, nunca teve essa oportunidade, nem tão pouco compreende esse momento, não consegue valorizá-lo e entender o que esse jogador vive antes, durante e pós jogo. Algumas análises são tão descabidas, para mais de quem se pensa entendido no fenómeno futebolístico, que reflectem bem o nível de conhecimento do jogo que não têm. Portugal vive uma clubite exacerbada que demonstra a falta de cultura desportiva existente. Tem que se dizer o que politicamente parece correcto para os adeptos dos três maiores clubes de futebol. Os departamentos de comunicação têm cada vez mais influência na análise do jogo e no agendamento dos temas.
Nesta altura, em que se promovem alterações significativas no processo de arbitragem, com a introdução do VAR, estamos num processo, como disse na semana passada, que pode levar a uma descredibilização desnecessária. Mesmo que pontual. Os benefícios do VAR são evidentes. Mas torna-se fundamental proteger os árbitros para credibilizar o sistema. Repare-se na contestação na Bélgica, que se baseia em possíveis omissões. Porque não pensar numa solução em que quem está no campo não seja VAR e vice-versa?! Não é ma inovação. Existe. A omissão não seria do árbitro que vai estar a arbitrar no dia seguinte. Estaria muito mais protegido. O objectivo será sempre criar condições para o sucesso do VAR e da verdade desportiva. (Des)valorizar o erro não é solução."

José Couceiro, in A Bola

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