Últimas indefectivações

domingo, 14 de janeiro de 2018

1.ª Taça da Liga

Sporting 2 - 5 Benfica

Grande vitória, só foi a pena a cabazada não ter sido maior, pois o jogo poderia ter acabado facilmente com números de 'circo'... perdi a conta aos remates com a baliza aberta, desperdiçados, na parte final, quando o Sporting arriscava no 5x4 !!!

O Benfica demonstrou acima de tudo, eficácia defensiva... recordo que o ano passado, nos confrontos directos, o Benfica foi quase sempre superior... o problema foram os jogos com o Fundão e o Braga!!! Portanto, por um lado, este resultado até não é surpresa, porque o Roncaglio, o Robinho e agora o Fernandinho... são claramente mais valias!!!

Defendemos bem o 4x5, e só sofremos os dois golos, porque o Sporting apostou muito cedo no guarda-redes avançado, e o Joel optou por 'rodar' poucos jogadores na defesa... e nos últimos segundos, os nossos jogadores, já estavam cansados...

Mais uma Taça da caminho do Museu... e muita esperança para o resto da época!

De Braga para o penta

"O Benfica de Rui Vitória - sim, de Rui Vitória! - demonstrou a alguns descrentes que vai lutar pela Liga até à última jornada

1. Ontem em Braga o Benfica mostrou que pode legitimamente sonhar com o penta. Fez um jogo enorme. Foi uma equipa coesa e com vontade de vencer. Foi um verdadeiro colectivo e soube conjugar inteligência com total disponibilidade. Cada jogador soube cumprir, no limite da sua capacidade, as funções que lhe estavam destinadas. Pressionou o Braga e não o deixou construir o seu habitual jogo. Como com esta saborosa vitória pressiona Futebol Clube do Porto e Sporting que terão neste próximo mês uma acrescida sobrecarga de jogos. O Braga,  este Braga, apenas tive quinze minutos - no meio da segunda parte - de ligeiro domínio. No mais o Benfica de Rui Vitória - sim de Rui Vitória! - controlou e demonstrou, a todos - e principalmente a alguns descrentes - que vai lutar pela Liga até à última jornada. Pela Liga e pelo penta. Para já este Benfica venceu a primeira das suas 17 finais. Agora tem três jogos em Lisboa. Dois na Luz e o outro no Restelo. E os benfiquistas acreditam, ainda mais desde ontem, que o penta é possível. E vão levar a sua equipa ao colo. Em cada jogo vai haver muito colinho. Companhia permanente. Carácter. Amparo. E, acima de tudo, perseverança. É que, como escreveu Samuel Johnson, «os grandes feitos são conseguidos não pela força mas pela perseverança»!

2. Ricardinho, o português de referência do futsal mundial - «eu sou português» escreveu ele com orgulho esta semana! - tornou-se o primeiro jogador a receber o troféu de melhor jogador a receber o troféu de melhor jogador do Mundo por cinco vezes. É, assim, e aos trinta e dois anos, um penta vencedor. Na linha de Cristiano Ronaldo. E ultrapassou, nesta cada vez mais atractiva e sugestiva especialidade, o brasileiro Falcão que conquistara a distinção por quatro vezes. Importa recordar, por justiça e em razão da memória, que a primeira distinção ocorreu em 2010 quando Ricardinho vestia, com o orgulho que nunca esquece de referir, a camisola do Benfica. Tal como, em permanência e sempre com excelência, a camisola da nossa selecção nacional. Agora envergando a camisola do espanhol Inter Movistar - que todas as semanas vemos aqui na Bola TV - marca golos do outro mundo e continua a dizer, com a simplicidade que o caracteriza, que «no dia que disseres vou para o treino em vez de dizeres vou treinar deixarás de ser o melhor»! Parabéns pelo penta, Ricardinho! Um 2018 pleno de êxitos pessoais e de vitórias desportivas!

3. Assisti, esta semana, a dois grandes jogos de futebol: o Rio Ave - Desportivo das Aves e, na noite da passada sexta feira, o Desportivo de Chaves - Vitória de Guimarães. E teria gostado de me deliciar com o Caldas - Farense e que permitiu que o clube da cidade de Bordalo Pinheiro chegasse, com todo o mérito, às meias-finais da Taça de Portugal. Terão sido três hinos ao futebol. Assisti, via SportTV, a apenas dois. Vi bonitos golos, paixão clubística, muita emoção, intensa disputa e muito querer. Vi competitividade, suficiente generosidade e concreta personalidade. E a fé que Arango, o avançado do Aves, assumiu no final do jogo e claramente evidenciou é um momento de humanidade e de diversidade. Já escrevia Léon Tolstoi que «a fé é a força da vida. Se o homem vive é porque acredita em alguma coisa»! Mas, claramente assumo, que não aceito as razões para a não transmissão televisiva do jogo das Caldas da Rainha. Mas o que fica é a riqueza do futebol. Incerteza e vontade. Talento e sentimento. Sim, sentimento!

4. Os Jogos Olímpicos de Inverno que se vão disputar na Coreia do Sul proporcionarem uma verdadeira trégua. Um sentimento desportivo singular. Digamos que foi a verdadeira trégua olímpica. Ontem as duas Coreias - mais os EUA - estavam quase em guerra. Os mísseis perturbavam o Mundo. Amanhã já se vão discutir os detalhes da anunciada participação da Coreia do Norte nos Jogos Olímpicos que vão ter lugar em PyeongChang! Falta, entre nós, em termos desportivos, uma trégua. Falta mesmo. Olhem para este exemplo que vem das duas Coreias! Olhem mesmo. A sério!!!

5. Li ontem, neste sempre bem informado jornal, que Bruno Paixão e Gonçalo Martins - VAR e árbitro de campo, respectivamente, no Belenenses - Boavista não foram nomeados para qualquer encontro desta alargada jornada. Para sermos directos foram para a há muito denominada jarra. Em razão, agora da janela, ou seja, do visto no ecrã. Na televisão. E sofre aquele que é o árbitro principal, o do campo, e aquele que está em frente aos ecrãs, isto, é, o VAR. E nem se fala do que aconteceu ao assistente do videoárbitro. Que, aqui, também só é assistente tal como o antigo bandeirinha que não viu a posição do avançado do Boavista! E parece que estes dois árbitros serão os primeiros a ser notícia no que diz respeito a castigos por desempenho considerado bem insuficiente. Da reunião de Fátima surge, assim, a primeira pública sanção. Sem perdão parece ser, a partir de Fátima, a palavra de ordem do Conselho de Arbitragem. E nós que julgávamos que se vivia uma época experimental. Parece que só foi meia época. A primeira volta. Acredito, assim, que a jarra veio para ficar. E vamos ter notícias semelhantes ao longo das próximas semanas. Atingindo todos. Todos mesmo. E não apenas em razão de foras de jogo não assinalados... Certo? Por uma questão de justiça. Sim de justiça! Sob pena, também aqui, de a justiça, ser «a máscara da irritação»!"

Fernando Seara, in A Bola

Benfica nunca cedeu espaços

"Águias demonstraram capacidade física, táctica e técnica. Um jogo de grande nível.

Campeão em boa forma
1. O Benfica começou a vencer o jogo devido à formidável capacidade física que demonstrou. A equipa de Rui Vitória expressou óptima preparação, total concentração de esforços no que havia para fazer e, ainda por cima, com os jogadores revelando grande entreajuda e espírito de equipa.
Note-se que, estando os encarnados afastados de outras competições, reúnem agora condições para fazer mais jogos com esta força e velocidade - ainda que não propriamente pelos melhores motivos, pois prefeririam estar a disputar mais provas...
Ontem, o Benfica nunca cedeu espaços, jogou sempre muito alto, jamais permitiu que o Braga saísse a jogar. Além da capacidade física, o Benfica estudou bem o adversário e soube bem o que fazer. Havia um plano e foi executado.

Melhor Fejsa
2. Fejsa fez um jogo dominador no meio-campo do Benfica. Esteve sempre atento aos movimentos dos adversários, exibindo agressividade e coragem na forma como perturbou quase sempre as acções dos adversários directos. Fejsa foi, resumindo, fantástico.
Ainda no meio-campo do Benfica parece-me adequado sublinhar também Krovinovic, confirmando a influência no jogo do Benfica, não apenas pelo que joga mas, como costuma dizer-se, também pelo que faz jogar. Até o próprio Pizzi parece estar a aperfeiçoar o rendimento, dividindo tarefas com Krovinovic.
Ainda no capítulo das boas exibições, um aplauso para Jonas, que voltou a finalizar com requinte.

SC Braga muito baixo
3. O SC Braga teve de sujeitar-se a um jogo muito baixo, sem habilidade para ultrapassar a pressão altíssima do Benfica. Os únicos momentos de excepção aconteceram depois do golo que reduziu a desvantagem para 1-2 - um golo derivado de uma má saída do Varela (que até estava a jogar bem) e que surgiu de forma inteiramente desenquadrada do jogo. Nessa altura, já beneficiando também da entrada de João Carlos Teixeira - aposta na qual Abel Ferreira talvez devesse acreditado mais cedo - os bracarenses confiaram na possibilidade de pontuar e contrabalançaram o jogo, mas nunca ficaram por cima. O Benfica não deixou.

Rejuvenescido
4. À segunda oportunidade - depois de ter desperdiçado a primeira, bem mais evidente - Raúl fez o 3-1 e sentenciou uma vitória justa para o tetracampeão nacional. O Benfica ficou mais animado nos últimos jogos e parece rejuvenescido para a segunda volta. Confiante."

Álvaro Magalhães, in A Bola

Quem és tu Zé Gato...?

"Havia o meu enormemente pequeno amigo Bento; havia a tranquilidade grave de Damas... Sobre Zé Henrique escreverei um livro

Gato. Mas gato do rio, gato do Tejo. Há quem diga que há um pouco de loucura em cada guarda-redes. Seja. Loucura ou duende, como aquele duende do Lorca que não se explica mas nasce dos pés e sobe pelos dedos. Duende sem filosofia...
Conheci uma infinidade de guarda-redes. (E esta soou-me à Lobo Antunes que tem uma fascinante crónica sobre guarda-redes. Aliás, recordei-a aqui a propósito do Barrigana e do irmão do Barrigana que era da luta livre, aquela luta livre mais circo do que outra coisa, mas enchia o Pavilhão dos Desportos e a sala do Parque Mayer).
Conheci a lendária coragem do meu amigo Bento. Manuel Galrinho Bento. Era enormemente pequeno, trepava pelos adversários e pelos seus próprios defesas como se subisse a um escadote, lá no alto, a sacudir bolas para longe, e depois descia calmamente do escadote se era hora de guardar nas mãos a bola com carinho de menina insubstituível. Conheci a absoluta tranquilidade plácida e grave do meu bom amigo Damas, o Charuto.
Vítor Manuel Afonso Damas de Oliveira. Eu, por vezes, chamava-lhe Afonso. Era Afonso para cá e Afonso para lá e tinha graça. Almoçávamos no Manel Caçador, ali ao Areeiro, muitas vezes com o Vítor Cândido, meu camarada de a velha A Bola, e ele comia cabeças de peixe, guloso dos olhos naquela aquosidade mole de córneas ainda luminosas.
Depois aparecia o Carlos Gomes, e o Afonso, isto é, o Damas dizia: «Lá vem o maior guarda-redes do mundo!».
A frase era clássica e o Carlos Gomes também. Uma infinidade de histórias impossíveis de decorar. A teimosia das perseguições da PIDE, a fuga para Marrocos, para Argel, havia quem desmentisse, que tinha sido por causa de uma rapariguinha menor, assim a modos do Luiz Pacheco, que esse foi parar ao Torel, o Carlos Gomes não tergiversava na sua versão que teria metido um exílio iniciado na cabina do Atlético no intervalo de um jogo com o Sporting. Na segunda parte já não houve Carlos Gomes, de carro a caminho do sul e da fronteira, já ensaiando a sua frase célebre: «No hay dinero, no hay portero».
Damas tinha uma voz de Chaliapine, do tabaco e do uísque, sobretudo depois de deixar as balizas sem aquele Fantasma da Ópera, negro da cabeça aos pés, magro, elegante, ajeitava as luvas como se fosse saltar para a garupa de um cavalo e fazer dressages, até o cabelo era negro, luzidio como o melro de Guerra Junqueiro que, no cemitério da Águeda da minha infância, o Ernestinho Ruella, o homem mais elegante que já vi, recitava numa toada lenta para o túmulo da mulher florido de jarros brancos.
Conheci tantos guarda-redes para lá desta recordação da casa dos mortos. Alguns vivos, tão vivos. E um gato, o gato do rio, o peixe gato.
Sobre ele escreverei um livro. Um livro que começará assim: O livro é dele; Zé Gato que o conte.
18 de Maio de 1943. A Arrentela não era uma cidade, era uma aldeia. A cidade de Zé Gato viria depois, Lisboa e o mundo.
18 de Maio de 1943: José Henrique Rodrigues Marques. Henrique, não Henriques como lhe chamavam alguns. Havia espaço que sobrasse para os pés em Rodrigues e em Marques.
Filho único de cinco irmãos. Único do mesmo pai e da mesma mãe, os irmãos dividiam-se, ora filhos de um, ora filhos de outro. O irmão mais velho tinha mais 18 anos do que ele. Exactamente 18 anos! Nascido no mesmo dia de 18 de maio. Mesmíssimo dia de Zés Gatos, alcunha comum que veio do tempo dos avós.
Arrentela, lugar de escola e de infância continuada. Infância de trabalho, porque era um tempo difícil que surgia para além do tempo difícil da Grande Guerra que ainda estava longe do fim. Foi preciso vir um dia a cidade p’ra fazer dinheiro, como diz a canção. Ou melhor, foi preciso que ele atravessasse o rio em direcção à cidade e cumprisse o sonho mesmo passando, aqui e além, um mau bocado.
18 de Maio de 1943. A Arrentela não sabe o que é a guerra mas sofre com ela. Fazem-se filas para os bens racionados, há quem passe fome mesmo que o Tejo, ali perto, dê de comer a tantos.
Lisboa afortunada: os mercados eram reabastecidos de ovos a preço de tabela e já iam aparecendo batatas.
Londres resistia: aviões de combate da Luftwaffe lançaram bombas de grande calibre provocando explosões violentas.
Havia quem comentasse, pelas esquinas, o Crime do Barreiro, o assassínio de Tiago dos Santos e Souza, fiscal da Companhia União Fabril, às mãos de Álvaro Capela, antigo operário dessa companhia.
Zé Gato cresceu a ver o seu irmão Alberto defender as balizas do Arrentela. Imitava-o. Com um jeito especial que haveria de ter sempre para a função. O livro será dele. Irá contá-lo até ao fim. Como uma promessa ainda por cumprir."

Copa Infantino

"A fórmula continua a ser a mesma: mais dinheiro, menos espectáculo. Gianni Infantino entrou com promessas de renovar a FIFA, depois do maior escândalo de corrupção que afectou o organismo, mas, nos aspectos importantes, mantém-se um seguidor ávido de muitas das políticas anteriores. Começou por conseguir aumentar o número de selecções no Mundial de 2026 das actuais 32 para 48. E o próprio diz que só vê aspectos positivos com esta alteração. Naturalmente. Mais jogos significam mais dinheiro televisivo e publicitário. Ou seja: mais dinheiro para os cofres da FIFA e seus dirigentes.
Uma recente investigação do ‘New York Times’ revelou que cada um dos 37 membros do comité executivo deste organismo ganhou 250 mil dólares no último ano. Um total de quase 10 milhões. O jornal norte-americano lembra que, para um conselho que irá reunir-se apenas três vezes no presente ano, "essa compensação supera muito os pagamentos por trabalhos similares em algumas das maiores empresas com fins lucrativos do mundo."
Aquando da tomada de posse, Infantino tinha prometido impor disciplina financeira no organismo, cortando muitas das despesas, mas parece ter-se ficado pelas intenções. Para quê mexer nos salários se pode, simplesmente, mudar o formato das competições? Dessa forma, tem mais dinheiro e a simpatia (ler: votos) de federações que dificilmente conseguiriam vaga para um Mundial no formato actual. Na FIFA, pode não estar tudo na mesma, mas será que mudou tanto como o actual presidente quer fazer querer?"

Como Francisco Marques não pôs Fejsa na capa de "O Polvo Encarnado", o SLB que retrate o sérvio como o animal que é (...)

"Bruno Varela
Aproveitou bem uma das poucas oportunidades que teve para equilibrar o jogo. Parece pouco quando olhamos para o resultado final, mas bastou uma saída mal calculada para provocar o desmoronamento das muitas teorias de conspiração que circulavam online, segundo as quais o Braga deixou o Benfica ganhar ao invés de ter sido violentamente dominado durante a maior parte dos 90 minutos. Ironicamente, os erros de Bruno Varela são a melhor lição de verdade desportiva que nós podemos dar aos adversários. Isto para não falar das várias defesas decisivas que voltou a fazer e que impediram o Braga de discutir o resultado, mas falemos antes do facto de a Terra ser plana.

André Almeida
Que funcionário extraordinário. O jogador do Benfica com mais minutos em campo esta época continua a ter a humildade necessária para saber que, quando Jonas lhe diz para fazer uma coisa, ele deve obedecer. Foi assim que assinou mais uma excelente assistência para golo, perfeita para coroar mais uma boa exibição. Viu um amarelo que o coloca de fora no próximo jogo e, fora de brincadeiras, já não sei como vamos fazer sem ele.

Rúben Dias
O nosso futuro capitão continua a fazer-se. É um speed reader que acompanha eficazmente todos os momentos da história, ainda que por vezes salte um ou outro parágrafo e deixe o adversário directo cabecear, como aconteceu com Paulinho. Continua a exibir o semblante calmo e convicto de quem está disposto a matar para segurar a titularidade.

Jardel
The doctor will see you now. Foi assim a exibição de Jardel esta noite. Passou 90 minutos a perguntar: o que é que vos dói, amigos? Uma das melhores exibições da época. Respondeu quase na perfeição à recente saída do nosso central marcador de golos, desferindo um cabeceamento ao poste. Vai com Deus, Lisandro. O Jardel trata do assunto.

Grimaldo
O bromance com Cervi continua a dar frutos, mas foi a chegada de Krovinovic que veio apimentar a coisa. É verdade que o flanco de Grimaldo parece por vezes mais vulnerável, mas isso só acontece porque o espanhol está demasiado preocupado em ajudar-nos a chegar ao final dos jogos com mais golos marcados do que os adversários. Poderia atingir esse objectivo através da competência defensiva, mas Grimaldo está convencido de que quanto mais vezes for decisivo lá na frente, mais desconto nós lhe daremos por ser um bocadinho estarola a defender - e tem toda a razão.

Fejsa
Melhor em campo. Raramente joga mal, mas hoje conseguiu ser particularmente eficaz e gracioso na realização das suas tarefas, mostrando uma leitura de jogo e uma capacidade de antecipação que fazem dele um jogador esteticamente aprazível até quando derruba um adversário como se fosse um pino esquecido no relvado. Assumindo que Francisco Marques não irá aceitar colocar Ljubomir Fejsa na capa de uma futura edição de “O Polvo Encarnado”, peço à equipa de redes sociais do Sport Lisboa e Benfica, ou ao Insónias, que tratem de elaborar uma imagem em que Fejsa seja retratado como o animal extraordinário que verdadeiramente é.

Pizzi
Pensou por momentos estar a viver uma experiência metafísica em que se observava a si mesmo em campo, fora do seu próprio corpo, deslumbrado com tamanha qualidade de passe, visão de jogo e clarividência em todos momentos. Percebeu alguns minutos depois que estava a olhar para Krovinovic e foi substituído.

Krovinovic
Não há que ter vergonha. Houve dois ou três momentos no jogo de hoje em que dei por mim a gostar mais do Krovinovic do que dos meus filhos.

Cervi
Duas assistências para golo e mais uma exibição de encher o olho. A sua cumplicidade com Grimaldo será mais preocupante no dia em que um deles for vendido. Felizmente, o Dr. Gentil Martins continua a operar.

Salvio
Nunca pensei vir a resumir uma exibição do Salvio com a expressão “aquela máquina”, mas aqui estamos nós.

Jonas
Tem demasiada visão, inteligência e sentido colectivo para estar numa pedreira em Braga a explicar como é que se ganham partidas de futebol. Uma pessoa assim devia estar ao lado de Bill Gates ou Al Gore no Fórum de Davos a dar palestras sobre como poderemos evitar a extinção da espécie.

Samaris
Mais do que precisar de Samaris em jogo, Rui Vitória precisava de uma forma discreta de retirar Pizzi de campo. Missão cumprida.

Jimenez
Hoje em “o que é que este gajo ainda está a fazer no Benfica?”, Raul Jimenez cala-nos bem caladinhos.

Rafa
Precisa de mais minutos nas pernas e de mais pernas nos minutos. Não foi noite para uma coisa nem outra. Paciência, miúdo."

Benfiquismo (DCCXVII)

Sede

Cadomblé do Vata

"1. Resumindo o jogo em duas palavras: quali dade... queria fazer outros elogios, mas não quero correr o risco de ver a página apagada do Facebook por tecer hossanas ao futebol exibido por uma equipa do Rui Vitória.
2. Na conferência de imprensa, Abel Ferreira falou de futebol e voltou a louvar Rui Vitória, o Benfica e Jonas... é bom que ele comece a observar jogos do distrital de Braga, porque se continua neste registo, é para lá que vai ser desterrado.
3. O nível de inteligência de Jonas e Krovinovic envergonha todos os restantes participantes do jogo... os adeptos do SLB andam de tal forma embevecidos com os jogadores formados no Caixa Futebol Campus, que se esquecem de reconhecer o mérito das escolas de formação de Harvard e Princeton.
4. Num dia Rui Vitória dá banho na conferência de imprensa; no seguinte a sua equipa dá espectáculo na relva... não dá para ele acumular os cargos de treinador e de director de comunicação?
5. Uma palavra final para a grande arbitragem de Artur Soares Dias e seus auxiliares... agora fica a dúvida se na segunda feira estarão mais membros dos Super Dragões no Estádio António Coimbra da Mota no Estoril ou no Centro de Treinos dos Árbitros.na Maia."

Vermelhão: Determinação...

Braga 1 - 3 Benfica


Uma das saídas mais difíceis até final da época, resolvida, com classe e muita garra! O 'susto' após o golo do 1-2 foi totalmente desnecessário, o Benfica estava ser muito superior... mas aguentámos, e o Jiménez, à segunda, tranquilizou!!!
Creio que já ninguém tem dúvidas que o 433 trouxe muita consistência à equipa, e nestes jogos de grau de dificuldade mais difícil, ainda se nota mais... Mesmo com o Braga a 'mudar' a sua forma de jogar, reforçando o meio-campo, o Benfica dominou 'quase' sempre o jogo... Com o regresso do Fejsa em modo tractor!!!
Individualmente, uma nota para o Cervi, que depois de um início de época irregular, acabou por ganhar o lugar, e tem estado realmente muito bem... não só na entrega ao jogo colectivo defensivo, mas também na definição ofensiva...
O Varela tem culpas no golo, mas voltou a fazer uma grande defesa... Mesmo assim, o Braga, uma das equipas mais ofensivas deste campeonato, acabou por não chegar muitas vezes à nossa baliza... Só naqueles minutos após o golo do Braga demos alguns espaços!
Devido ao sorteio manhoso, apesar de estarmos na 1.ª jornada, da 2.ª volta, só vamos jogar 'acima' do Douro 1 vez, em Paços !!! Esta 2.ª volta, será jogada quase toda em Lisboa e no Algarve!!! Além do Paços, vamos a Santa Maria da Feira, de resto é tudo a sul... Isto não quer dizer que o jogo em Portimão será fácil, ou mesmo no Estoril ou no Restelo... mas pelo menos vamos ter poucas viagens...!
A equipa está claramente motivada e com boa saúde... Até a 'onda' de lesões parece que passou, nos últimos tempos só o Luisão tem estado no boletim clínico... e neste momento, o Rúben e o Jardel, são claramente titulares... mesmo com a questão do jogo aéreo defensivo!
Os ataques constantes, ao Benfica e ao nosso treinador, demonstram medo, muito medo... O ano passado, por esta altura, tínhamos 6 pontos de vantagem em relação ao 2.ª lugar, e rapidamente perdemos 5 pontos... e na recta final, só não fomos ultrapassados, porque o segundo classificado, 'engasgou-se' em casa com um golo do Joãozinho!!! Portanto, os 5 pontos de desvantagem, neste momento, são relativos... só temos que continuar a jogar com determinação...
Uma nota sobre a arbitragem: a nomeação do Soares Dias depois do Corruptos - Guimarães, é inacreditável... No lance sobre o Jonas, só tinha é que marcar penalty, porque a falta é óbvia... depois se não fosse, o VAR podia rectificar... Até porque, sem linhas virtuais, duvido que o VAR tivesse coragem de anular o penalty, devido ao possível fora-de-jogo!!!


Em jeito de balanço à 1ª volta da Liga, (...) dedica uma playlist poema a Rui Vitória

"Pediram-me um balanço da primeira volta e eu fiz as contas. Já lá vão 169 dias. Eu explico. No dia 28 de Julho de 2017, exactamente às 12h28, decidi que chegara finalmente o momento. Ganhei. Passaram-se 169 dias e não voltei a pegar num cigarro. A lista de agradecimentos é extensa. Começa na Pfizer e acaba na família e nos amigos. Não posso dizer que inclua o Benfica. Não me interpretem mal. Estou grato ao Benfica por variadíssimos motivos, tantos que lhes perdi a conta enquanto procurava a melhor forma de terminar esta frase. Mas a verdade é que já lá vão 169 dias sem fumar e não posso dizer que esse feito se deva ao nosso Benfica - quite the contrary. O balanço que faço desta primeira volta é que deixei de fumar apesar do Benfica.
Pedi ajuda ao Google e rebobinei. Parece que nesse mesmo dia 28 de Julho a capa do jornal do clube dizia em maiúsculas “vencedores natos”. É um facto que a manchete dizia respeito a diversas conquistas em outras modalidades, mas não deixa de ser irónico que uma pessoa tropece assim nestas coisas sem fazer grande esforço. Parece coincidência, mas não é. Existe uma razão simples. É que o Benfica é um clube cronicamente vencedor. Pode dizer-se que isso é um problema ou um defeito: os adeptos não se cansam de ganhar. Podia ser bem pior. Há neste país quem não se canse de perder.
O primeiro grande teste surgiu um dia depois de deixar de fumar. Perdíamos por 5-2 frente ao Arsenal. O jogo pedia uma análise descontraída por entre meia dúzia de bafinhos junto à piscina. Ao contrário do Benfica, eu lá me aguentei nas canetas. Era uma equipa nitidamente atordoada a que se apresentava no Emirates Stadium. Havia um embaraço visível em ter que apresentar um onze nestes trajes menores, mas o patrocínio da Emirates lá falou mais alto e assim fomos a jogo em cuecas. 
Destacavam-se já algumas das propostas para a nova época: na baliza, Júlio César substituía Ederson. Aurélio Buta tentava mostrar-se como alternativa a lateral direito. Filipe Augusto espalhava magia, perdão, espalhava-se ao comprido. Trocado por miúdos: o primeiro destes atletas aposentou-se. O segundo obrigou-me a ir ao google procurar o seu clube actual. O terceiro continua a obrigar-me a vê-lo jogar. Convenhamos que esse está longe de ser o balanço rigoroso da primeira volta e encontrámos outras soluções entretanto, mas era já revelador de uns quantos caroços dos quais não nos livramos quando tentamos espremer o Benfica 2017/18 bem espremidinho.
Só daqui a muitos anos saberemos o que realmente se passou, portanto até lá é fazer os possíveis por especular. Eu suspeito que terá havido uma violentamente nefasta noite de copos após os festejos do tetra. Rui Vitória, o presidente Luís Filipe Vieira e Rui Costa ter-se-ão juntado para fazer um balanço da temporada. Bagacinho puxa bagacinho e alguém, num momento de bazófia fatal, terá dito: vocês querem apostar que conseguimos ser campeões sem Ederson, Semedo e Lindelof?
Imaginem o presidente de cabeça encostada à de Rui Vitória, naquela cumplicidade própria de quem devia ter parado de beber há três horas, a repetir: “queres ou não? quanto é que apostar? apostamos já aqui!” Infelizmente Rui Vitória terá respondido “vamos a isso, presidente!”. Sinceramente, prefiro acreditar que o plantel com que arrancámos a temporada ou aquele com que chegamos a Janeiro de 2018 resulta essencialmente de um conjunto de decisões que devem mais ao coração e ao garrafão do que à racionalidade. Não metam a inteligência ao barulho, senão o caso seria mais sério. O pior Benfica dos últimos anos é mais ou menos o que aconteceria se o filme “A Ressaca” fosse protagonizado pela estrutura do Benfica. Se eu quisesse ser simpático, e quero muito, diria que o filme tem, apesar de tudo, um final feliz. Toda a gente sobrevive à festa e chega a tempo do casamento. No nosso caso, importa por isso perguntar: será que ainda vamos a tempo?
A resposta é: sim. Passo a justificar. Não, não estamos fatalmente afastados do penta. Nem fatalmente nem coisíssima nenhuma. Digo isto sabendo que não, não vamos subitamente começar a jogar o melhor futebol das nossas vidas e não vamos resolver os problemas deste plantel com contratações milagrosas em Janeiro. E sabem que mais? Não temos necessariamente que viver angustiados com isso.
Lembram-se de sentir angústia quando viram o Bruno Aguiar em cuecas no balneário a celebrar um título agarrado ao Simão Sabrosa? Conhecem alguém que se tenha recusado a ir para o Marquês por termos sido campeões com apenas 65 pontos? Nem eu. Por isso, acreditemos e acima de tudo não estranhemos se no final desta temporada virmos um Filipe Augusto fazer figura semelhante. Depois dos últimos anos, seria o mais lógico. Em suma: o balanço desta primeira volta é que não jogamos muito, mas nem sempre ganha quem joga melhor: ganha quem tem mais pontos. O balanço desta primeira volta é que, aos poucos, por entre copos de plástico esvaziados numa longa noite a festejar o tetra, acordamos a dormir no chão. Já curámos a ressaca e parecemos hoje prontos para enfrentar o longo dia que temos pela frente, até à próxima noite de festa. São só 51 pontinhos para conquistar, ou, no mínimo, para cair de pé.
Sim, Rui Vitória nem sempre esteve bem. Os adversários melhoraram. Algum dia teria de ser. Sim, alguns dos nossos jogadores envelheceram mal. Outros não tanto; além disso descobrimos Rúben Dias e Krovinovic. Sim, tem havido jogos sofríveis em que não se sente a mesma fome de vencer. Pudera: em matéria de títulos nacionais, passámos de subnutridos a obesos mórbidos. Deixem estar. A banda gástrica pode ficar para os outros. Sim, temos e continuaremos a ter algumas crises de fé. Para responder a todas essas, criei uma playlist que se pode ouvir e ler como um poema. Ora experimentem. E acreditem.

1 - Dear Life; Beck
2 - Where Have All the Good Times Gone!; Van Halen
3 - Dear God, Please Help Me; Morrissey
4 - Find the Way; The Impressions
5 - Before I Lose My Mind; Claptone, Say Yes Dog
6 - Listen To Me; J Mascis
7 - Everywhere - Remastered; Fleetwood Mac"

Derrota no antro...

Corruptos 89 - 81 Benfica
20-16, 33-13, 16-37, 20-15

Segundo período desastroso... a recuperação no 3.º não foi suficiente!
Sem o Carlos Morais e com o Robinson abaixo do normal fica mais complicado, ainda por cima com o Barroso pouco eficaz nos Triplos!

Nunca é bom dar moral aos adversários, mas por acaso até acho que vamos encontrar na Final a Oliveirense!